19/04/2006 - A pesquisa
avaliou, entre outros aspectos, a eficiência
das técnicas de exploração
de impacto reduzido utilizadas por três
empresas madeireiras certificadas do Pará.
Belém, 21 de abril
de 2006 – Mais um importante estudo sobre
manejo florestal acaba de ser lançado
no Pará. Desta vez, o objetivo foi
avaliar os danos causados pelas técnicas
madeireiras de exploração de
impacto reduzido - que planeja e controla
as operações na floresta a fim
de minimizar os danos ao ecossistema -, utilizadas
por três empresas certificadas na Amazônia
Oriental. Intitulada “Avaliação
dos danos e métodos da regulação
da floresta submetida à exploração
de impacto reduzido na Amazônia Oriental”,
a pesquisa resulta de uma dissertação
de mestrado, defendida no final de março
deste ano, na Universidade Federal Rural da
Amazônia (UFRA).
Durante os dois anos de
investigação, foram analisadas
as perdas do processo de extração
madeireira em áreas de florestas manejadas
dos municípios paraenses de Breu Branco,
Novo Repartimento e Paragominas. Entre os
principais aspectos avaliados, está
o teste da eficiência de quatro equações
de regulação existentes na literatura.
Essas equações permitem o controle
da exploração realizada por
essas empresas e apontam o quanto da floresta
pode ser extraído por hectare e por
ano.
No Brasil, poucos estudos
sobre as técnicas de regulação
através da produção foram
realizados e pode-se dizer que essa tese é
pioneira em toda a Amazônia Oriental.
“O estudo dessas técnicas vêm
ao encontro das políticas públicas
e da legislação florestal, principalmente
no momento atual, quando o governo lança
a Lei de Concessões Florestais e promove
uma revisão da Instrução
Normativa que regulamenta o manejo florestal
na Amazônia”, afirma Sergio Martins
Filho, mestre em ciências florestais
e autor do estudo.
Resultados - De todas as
equações testadas, apenas uma
foi considerada adequada para regular a produção.
Segundo o pesquisador, ela leva em consideração
as perdas causadas pela exploração
realizada e o incremento médio anual,
que é o quanto a floresta cresce em
um ano. “O mais interessante é que
essa equação pode ser utilizada
por qualquer empresa que nunca tenha feito
nenhum tipo de acompanhamento em relação
ao crescimento da floresta”, completa.
As três empresas avaliadas
(Juruá Florestal, Cikel Brasil Verde
Madeiras e Izabel Madeiras do Brasil) já
utilizavam a equação aprovada.
A pesquisa confirmou também que o planejamento
da exploração proposto por essas
madeireiras, quando comparadas com a exploração
convencional, reduziu a perda do número
de árvores em mais de 50%. Na prática,
essa exploração de impacto reduzido
otimiza a produção e contribui
com o planejamento e organização
das próximas colheitas.
“Esses resultados mostram
que as técnicas de exploração
utilizadas pelas três empresas realmente
diminuem os impactos relacionados à
floresta remanescente. Mas ainda necessitamos
avançar na melhoria da precisão
do levantamento. Por outro lado, o conceito
de regulação da produção
aplicado nos planos de manejo dessas empresas
deve contribuir para alcançar a tão
almejada sustentabilidade da produção”,
afirma Natalino Silva, pesquisador da Embrapa
Amazônia Oriental e orientador da tese.
A dissertação
de mestrado é uma importante ação
do Projeto Bom Manejo (PBM), realizado pela
parceria entre Embrapa Amazônia Oriental,
o Centro Internacional de Pesquisa Florestal
(CIFOR), o Instituto Floresta Tropical (IFT)
e as empresas Cikel e Juruá, com o
financiamento da Organização
Internacional de Madeiras Tropicais (OIMT
- ITTO, sigla em inglês). Aprovado em
1999, o PBM visa incentivar entre as empresas
florestais a adoção de boas
práticas de manejo, que garantam a
sustentabilidade econômica, social e
ambiental da exploração madeireira.
O Projeto desenvolveu um conjunto de ferramentas
silviculturais (relacionadas às operações
na floresta) e gerenciais, que objetivam fornecer
às empresas do setor benefícios
econômicos e a redução
de impactos ambientais.
Serviço: Mais informações
sobre as ferramentas criadas pelo Projeto
Bom Manejo pelos fones (91) 3277-2888, 3204-1234,
pelo e-mail bmanejo@cpatu.embrapa.br
ou pelo site www.cpatu.embrapa.br/BomManejo.
O Projeto Bom Manejo (PBM)
tem como principal objetivo estimular a adoção
de boas práticas de manejo por empresas
florestais na Amazônia Brasileira. É
realizado desde 1999 pela parceria entre a
Embrapa Amazônia Oriental, o Centro
Internacional de Pesquisa Florestal (CIFOR)
e o Instituto Floresta Tropical, com o financiamento
da Organização Internacional
de Madeiras Tropicais (OIMT – ITTO, em inglês).
Entre outras ações,
o Bom Manejo deverá desenvolver, validar
e disseminar um conjunto de práticas
florestais sustentáveis e melhorar
a base científica do manejo florestal
na Amazônia Brasileira.