17.04.2006
- Durante a visita do barco, Recife e Olinda
devem aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia
Após passar por Porto
Alegre, Santos e Salvador, o navio do Greenpeace
Arctic Sunrise estará em Recife de
20 a 24 de abril. No sábado e no domingo,
dias 22 e 23, será aberto à
visitação pública, seguindo
depois para Fortaleza. É a primeira
vez que a população de Pernambuco
terá a oportunidade de ver de perto
um navio da organização. Além
de conhecer as instalações do
barco, as pessoas poderão visitar uma
exposição fotográfica
que retrata as belezas, as ameaças
e o trabalho do Greenpeace na Amazônia.
O objetivo da expedição pela
costa brasileira, que é parte da campanha
global pela proteção das florestas,
é levar a realidade de regiões
remotas da Floresta Amazônica aos grandes
centros urbanos do nosso litoral.
A bordo do navio, no dia
24, o prefeito de Recife e a prefeita de Olinda
devem assinar o termo de compromisso com o
programa Cidade Amiga da Amazônia, do
Greenpeace. Juntamente com Salvador, as cidades
pernambucanas são os primeiros municípios
do Nordeste a aderir ao programa. Criado pelo
Greenpeace, o Cidade Amiga da Amazônia
incentiva prefeituras brasileiras a adotarem
leis que evitem o consumo de madeira nativa
de origem criminosa nas compras e licitações
públicas.
As prefeituras consomem
grandes volumes de madeira em obras públicas,
como escolas e postos de saúde, e podem
tornar-se exemplos de consumo responsável.
Estima-se que entre 60% e 80% da madeira produzida
na Amazônia seja ilegal. “Esta expedição
mostra que nosso trabalho vai muito além
da denúncia”, afirma Paulo Adário,
coordenador da campanha Amazônia do
Greenpeace. “Estamos apresentando propostas
práticas de combate ao desmatamento.
Acreditamos que apenas a ação
urgente de todos os níveis de governo
e da sociedade pode reverter a atual tendência
de destruição do patrimônio
amazônico”.
Nos últimos anos,
o desmatamento na Amazônia tem sido
impulsionado pela expansão descontrolada
da fronteira agropecuária capitaneada
pela soja, além da exploração
ilegal e predatória de madeira. Apesar
de suas boas iniciativas na área florestal,
o governo Lula acumula o maior índice
de desmatamento da história do País:
desde o dia de sua posse, a Amazônia
perdeu mais de 70 mil quilômetros quadrados
de florestas.
O Greenpeace acredita
que a solução para a Amazônia
passa pelo estabelecimento de uma “barreira
verde” formada por áreas protegidas
e de uso sustentável nas regiões
de floresta que sofrem maior pressão
da exploração madeireira e expansão
agropecuária. A criação
e implementação de unidades
de conservação protege a biodiversidade
e o direito das comunidades tradicionais,
impede a grilagem de terras e serve como contenção
ao corte raso das árvores. Durante
a expedição, ativistas e voluntários
vão coletar assinaturas pedindo o estabelecimento
de uma “barreira verde” na Amazônia
contra o desmatamento.