Para Renato Cunha, do Gamba, a política
de consumo responsável adotada por
Salvador deve evitar também o consumo
de madeira ilegal da Mata Atlântica.
"A legislação vai abranger
todos os tipos de madeira nativa utilizada
nas obras da prefeitura", explica.
Durante a solenidade, o Greenpeace lançou
o relatório "Tolerância
zero: Chega de madeira ilegal – Porque a exploração
de madeira na Amazônia está fora
de controle". Destinado a técnicos
das prefeituras participantes do Cidade Amiga
da Amazônia e de secretarias estaduais
de Meio Ambiente, ONGs, institutos de pesquisa,
empresas e consumidores, o relatório
detalha os atuais sistemas governamentais
de controle da atividade madeireira na Amazônia,
bem como as fraudes mais comuns, e propõe
soluções para reduzir a ilegalidade
do setor. “Este documento pretende disponibilizar
informações sobre o funcionamento
da atividade madeireira e do sistema de controle
do Ibama aos tomadores de decisão e
ao público em geral", explica
Marcelo Marquesini, engenheiro florestal do
Greenpeace. "Para exigir padrões
sustentáveis de produção,
os consumidores e revendedores de madeira
precisam entender a dinâmica da exploração
e comércio desses produtos", conclui.
Estima-se que entre 60% e 80% de toda madeira
produzida na Amazônia seja ilegal. Nos
últimos quatro anos, a Floresta Amazônica
perdeu mais de 70 mil km2 de cobertura. Os
principais vetores da destruição
são a exploração criminosa
de madeira e o avanço da agropecuária
sobre novas áreas de florestas. Em
todo o mundo, o Greenpeace trabalha pela criação
de uma rede de áreas protegidas como
parques e reservas de uso sustentável
para deter o desmatamento e salvar as últimas
florestas do planeta.
EXPEDIÇÃO
O navio Arctic Sunrise, do Greenpeace, está
percorrendo a costa brasileira durante o mês
de abril como parte da campanha global pela
proteção das florestas. Com
o objetivo de levar a realidade de regiões
remotas da Amazônia para grandes centros
urbanos do nosso litoral, o navio já
esteve em Porto Alegre (RS) e Santos (SP)
e, após Salvador, segue para Recife
(PE) e Fortaleza (CE). Em todas estas cidades,
o barco é aberto à visitação
pública e as pessoas também
poder visitar uma exposição
de 72 fotos que retratam as belezas e as ameaças
que colocam em risco a maior floresta tropical
do planeta, além do trabalho da entidade
na região.