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BRASIL: NÃO IGNORE OS 20 ANOS DE CHERNOBYL, ALERTA GREENPEACE

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2006

25-04-2006 - São Paulo - No dia em que o acidente de Chernobyl completa 20 anos e em que o mundo assiste à escalada da crise nuclear do Irã, Greenpeace lembra que a aventura nuclear brasileira prossegue, com o risco de desperdiçar bilhões e aumentar ainda mais a ameaça atômica.

O risco da ameaça nuclear no Brasil segue existindo mesmo no dia em que a tragédia de Chernobyl completa 20 anos e num cenário nacional e mundial cada vez pior. A possibilidade de o Governo Federal dar continuidade ao Programa Nuclear Brasileiro vai na contra-mão do desenvolvimento e significa a contrução de Angra 3 e mais seis usinas atômicas (duas usinas de grande porte e quatro minicentrais no Nordeste), que custariam mais de R$ 30 bilhões até 2022, um submarino nuclear e uma central de enriquecimento de urânio.

Na semana passada, o Greenpeace lançou um estudo que envolveu 52 cientistas e demonstrou que as proporções da catástrofe de Chernobyl para a saúde foram muito maiores que as apresentadas pelos números oficiais da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), de setembro de 2005. Na última segunda-feira, ativistas da organização devolveram para a AIEA em Viena (Áustria) duas amostras de 1 kg de solo coletado na Ucrânia em outubro de 2005, mostrando que partes do país seguem altamente contaminadas e que a população continua sofrendo os efeitos radiação até hoje.

Mesmo depois de 20 anos da tragédia de Chernobyl e os problemas de segurança nuclear no Brasil apontados pela Câmara, a energia atômica ainda é considerada uma opção para o Governo Federal. O relatório da Câmara dos Deputados aprovado por unanimidade no mês passado mostrou diversos problemas concretos de segurança nuclear que existem hoje no Brasil e permanecem sem solução.

Algumas questões apontadas pelo documento oficial são a contraditória duplicidade de funções da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que deve ao mesmo tempo incentivar e fiscalizar o setor; problemas no plano de emergência das usinas; inexistência de fiscais e de normas de fiscalização e punição para irregularidades; tratamento improvisado para o lixo nuclear; e a falta de acesso público a informação.

Em 1987 o Brasil também foi palco de um desastre radioativo. O maior acidente radiológico do mundo, envolvendo Césio-137 em 1987 na cidade de Goiânia já havia demonstrado falhas nos procedimentos do Governo e a gravidade da liberação descontrolada de um elemento radioativo. Assim como milhares de pessoas afetadas por Chernobyl seguem sofrendo com a radiação, em Goiânia as vítimas continuam desamparadas quase 18 anos depois do acidente.

O Plano Decenal de Energia Elétrica 2006-2015, apresentado pelo Ministério de Minas e Energia, considera a opção de construir Angra 3, gastando bilhões de reais para aumentar o perigo nuclear e gerar ainda mais lixo radioativo, que permanece como ameaça para a população e para o ambiente por dezenas de milhares de anos.

Na semana passada o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro entrou com uma ação judicial questionando a legalidade do licenciamento ambiental de Angra 3 pela falta de autorização do Congresso para sua construção e de lei federal que defina sua localização, conforme estabelece a Constituição Federal.

Enquanto aumenta a tensão internacional com a crise do Irã, o Brasil deixa de assumir uma posição de destaque mundial pelo desenvolvimento de energias limpas e seguras (como a eólica, a solar e a biomassa) e insiste na ameaça nuclear. Além de considerar a construção de Angra 3, o país também possui um projeto de enriquecimento de urânio, assim como o Irã. Essa tecnologia permite a utilização do urânio tanto para geração de energia como para a fabricação de bombas atômicas, o que está causando a crise do Irã e já causou uma crise para o Brasil em 2004. Outra tensão internacional envolvendo o país foi o fechamento, em 11000, de uma perfuração de 320 metros de profundidade em uma base da aeronáutica na Serra do Cachimbo (PA), com características semelhantes às de locais de testes de bombas nucleares, e que nunca foi explicada.

“O aniversário da tragédia de Chernobyl serve para lembrar que Governo não pode ignorar os perigos da energia nuclear nem os diversos problemas que o país possui na área de segurança atômica”, afirmou Guilherme Leonardi, coordenador da campanha de energia nuclear do Greenpeace Brasil. “Não é admissível nem necessário o desperdício de dinheiro público em uma energia cara, perigosa, suja e ultrapassada”, acrescentou.

 
 

Fonte:Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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