24/04/2006
- Rio - Os ministérios do Meio Ambiente
e das Cidades tem estimulado prefeituras brasileiras
a formarem consórcios para melhorar
o tratamento do lixo. Hoje (24), durante o
Simpósio Internacional de Tecnologias
e Tratamento de Resíduos, a diretora
de Gestão e Manejo de Resíduos
Sólidos do Ministério das Cidades,
Nádia Limeira Araújo, defendeu
a criação de aterros de pequeno
porte como forma de facilitar o emprego de
tecnologias.
Entre elas, o aproveitamento
do gás metano produzido pelo lixo e
a reutilização dos resíduos
em programas sociais de geração
de renda. "Estamos preocupados com o
benefício na ponta", ressaltou
Araújo. "Não é interessante
simplesmente repassar recursos para uma prefeitura
fazer aterro sanitário se não
houver equipamento adequado para manipular
e tratar os resíduos. Nossa função
é monitorar a qualidade do aterro e
dos resultados dos programas implementados."
De acordo com a diretora,
a preocupação central do governo
é com tranformação dos
aterros sanitários em lixões,
onde "comunidades inteiras buscam por
comida ou objetos de algum valor para sobreviver".
Para evitar que isso aconteça, as prefeituras
podem se candidatar a cursos de capacitação
sobre como gerenciar os resíduos sólidos
e a intercâmbios com especialistas de
países como Alemanha, Holanda, Itália,
Portugal e Japão.
O Simpósio Internacional
de Tecnologias e Tratamento de Resíduos
reúne até a próxima quinta-feira
(27), no centro do Rio de Janeiro, especialistas
do Brasil e de vários outros países.
Entre as experiências analisadas na
reunião está a de Nova Iguaçu,
na Baixada Fluminense. O município
foi o primeiro no país a utilizar um
mecanismo de tratamento limpo para o lixo.
A técnica consiste no aproveitamento
do gás metano como combustível
para máquinas agrícolas.
O encontro foi organizado
pela Coordenação de Programas
de Pós-graduação em Engenharia
(COPPE) da Universidade Federal do Rio de
Janeiro. De acordo com dados da própria
COPPE, o Brasil produz diariamente mais de
140 mil toneladas de lixo e dos 5.560 municípios
brasileiros, mas de 4 mil despejam o lixo
em locais impróprios, sem qualquer
tipo de tratamento.