27/04/2006
- O Instituto Ambiental do Paraná (IAP)
promoveu de 25 a 26 (terça e quarta-feira),
no Parque Estadual de Vila Velha (Ponta Grossa),
o Seminário sobre Espécies Exóticas
em Unidades de Conservação.
O evento teve como objetivo capacitar os gerentes
das 62 Unidades paranaenses para a erradicação
destas espécies em suas áreas.
De acordo com o secretário
do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, a presença
das espécies exóticas nas Unidades
de Conservação de Proteção
Integral (como parques, estações
ecológicas, reservas biológicas,
entre outras de uso restrito) causa a redução
da biodiversidade paranaense. “As espécies
invasoras dominam o espaço das espécies
nativas, simplificando e diminuindo a multiplicidade
da flora e também da fauna no Estado”,
disse Rasca.
São consideradas
‘exóticas’ as espécies que ocorrem
numa área fora de seu limite natural
conhecido, resultado de dispersão acidental
ou intencional por atividades humanas.
Pinus - Segundo Rasca, na
região dos Campos Gerais o principal
problema é o pinus. “Ele aparece de
forma agressiva e se espalhou rapidamente
devido à abundância de sol e
à facilidade de dispersão de
suas sementes pelo vento”, explicou. “No Parque
Estadual de Vila Velha as sementes provenientes
de propriedades no entorno da Unidade dificultam
a erradicação desta árvore
e dependem da colaboração dos
proprietários para evitar futuras contaminações”,
destacou.
Durante o seminário
foi assinado um Termo de Compromisso entre
IAP e Associação Paranaense
das Empresas de Base Florestal (Apre) celebrando
parceria para controle e erradicação
da regeneração de Pinus sp.
que ocorre no Parque Estadual de Vila Velha.
Outras espécies -
Na região Norte, Rasca citou a presença
de cinamomo, também conhecida como
santa-bárbara. “É uma árvore
que brota novamente depois de retirada, o
que dificulta a sua erradicação”,
disse o secretário. Nestes casos, os
gerentes aprenderam que a melhor forma de
eliminar a vegetação é
a aplicação de herbicida após
a retirada da planta, de forma ponderada e
pontual.
Na região litorânea,
uma das preocupações é
a presença de lírios-do-brejo
e da planta conhecida como maria-sem-vergonha,
além do pinus que também está
se proliferando na região.
Outra espécie que
traz prejuízos à diversidade
biológica é a uva-do-japão,
que ocorre em todo o Estado. “Esta espécie
está se transformando em uma praga
de difícil controle, dada à
facilidade de reprodução através
dos pássaros que se alimentam da fruta
e disseminam as sementes através das
fezes”, disse o secretário.
Além destas espécies,
Rasca ainda citou algumas variedades de gramíneas,
como o capim-gordura - planta de origem africana
que apresenta alto poder de combustão
– e a braquiária. As gramíneas
estão sendo combatidas no Parque de
Vila Velha por meio do abafamento por lonas
pretas e plantação imediata
de sementes nativas.
Portaria - A portaria do
IAP número 192, que começou
a vigorar em dezembro do ano passado, estabeleceu
prazos para a erradicação destas
espécies que já se espalharam
por diversas Unidades paranaenses. Segundo
Rasca, nas Unidades de Conservação
em que já foram identificadas as espécies
invasoras o trabalho deve ser iniciado imediatamente.
As demais unidades têm até 18
meses para apresentar o projeto de erradicação,
eliminação e controle de espécies
exóticas invasoras.
O combate já começou
no Parque Estadual de Vila Velha (Ponta Grossa),
na Estação Ecológica
do Caiuá (Diamante do Norte), Parque
Estadual Rio da Onça (Matinhos), Parque
Estadual de Campinhos (Tunas do Paraná).