25/04/2006
- Recife - A superintendência do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) em Pernambuco está
deflagrando hoje a operação
Mata Nativa, destinada a intensificar a fiscalização
para controlar a exploração
de produtos e subprodutos florestais originários
da caatinga.
O ecossistema está
presente em 1.280 municípios dos nove
estados do semi-árido nordestino e
abriga 900 espécies de plantas, 500
aves além de peixes e mamíferos.
O sistema vem sofrendo degradação,
principalmente por causa do consumo irregular
de lenha e carvão. Somente no pólo
gesseiro do Araripe, 90% da matriz energética
é lenha da caatinga.
De acordo com o superintendente
estadual do Ibama, João Novaes, o projeto
iniciado em Pernambuco deve ser estendido
para os estados que têm áreas
de caatinga ameaçadas. Ele destacou
que o sistema de controle, que antes era feito
apenas por amostragem, dava margem às
empresas para trabalhar de forma clandestina.
Agora, passará a ser mais rigoroso,
mobilizando equipes do instituto e das polícias
Rodoviária Federal e Militar.
Novaes estima que somente
este ano as empresas de Pernambuco devem usar
o equivalente a 350 mil caminhões de
lenha como matéria energética.
"É uma quantidade correspondente
a 65 mil hectares de área desmatada",
frisou.
O superintendente disse
que a expectativa com a operação
Mata Nativa é reverter em até
80% o consumo clandestino, para uma exploração
regular e legal. Isso porque além das
ações de fiscalização,
a operação abrange um programa
de manejo florestal. As empresas da região
serão convencidas a usar somente a
lenha originária de propriedades rurais
que trabalhem com o sistema de zoneamento
agrícola ou replantio de áreas
desmatadas. (Márcia Wonghon)
Ibama inicia campanha
Operação Mata Nativa para combater
desmatamento na caatinga
24/04/2006 - Brasília
– O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
lançará amanhã (25) a
Operação Mata Nativa, inicialmente
na região de caatinga do Araripe (PE),
contra o desmatamento desse bioma. Segundo
João Arnaldo Novaes, superintendente
do Ibama de Pernambuco, a região é
o segundo maior pólo de gesso do mundo
e o maior do Brasil.
"Nós temos verificado
que o maior foco de desmatamento de caatinga
está sendo a geração
de matriz energética, ou seja, de lenha
e carvão" afirmou Novaes. Segundo
ele, as empresas que usam o produto florestal
como fonte de energia estão "aquecendo"
o mercado ilegal de madeira. Ele afirmou que
a indústria siderúrgica e o
pólo de gesso são responsáveis
pelo uso de quase dois milhões de estéreos
de lenha – medida de volume que equivale a
um metro cúbico – por ano.
Segundo ele, estudos recentes
mostram que a caatinga perdeu 30% da cobertura
florestal nos últimos dez anos. "Com
essa ação nós pretendemos
reverter isso, exercendo um controle sobre
o consumo florestal em cada empresa, pelo
tipo de forno que possui", afirmou.
Novaes disse que os instrumentos
de fiscalização do Ibama eram
muito frágeis e explicou como será
feito o controle a partir de agora: "Vamos
passar a fazer um cálculo do consumo
de cada empresa pelo tipo de forno que ela
possui e fazer a conferência da produção
através do ICMS [Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços]. Então
nós vamos cruzar os dados e verificar
a demanda de consumo de lenha daquela empresa".
De acordo com o superintendente,
"a meta é fazer com que todo consumo
de produtos florestais da caatinga seja oriundo
de manejo florestal sustentável".
Ele informou que esse modo de exploração
não causa um impacto representativo
ao meio ambiente e não põe em
risco a biodiversidade. "Além
de beneficiar diretamente o meio ambiente,
ainda teremos a garantia da criação
de centenas ou milhares de empregos diretos
e indiretos", acrescentou.
Segundo Novaes, a campanha
de proteção à caatinga
é permanente, será estendida
a outras regiões e nos próximos
seis meses conseguirá conter o desmatamento
de mais de 15 mil hectares de floresta. Ele
afirmou ainda que junto com a operação
será lançada a campanha "Seja
Legal" para que as empresas, a sociedade
e o governo cobrem e colaborem para que o
consumo de produtos florestais seja feito
de forma sustentável. (Adriana Fanzin)