27/04/2006 - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, participa
nesta sexta-feira , nos municípios
de Petrolina (PE) e de Juazeiro (BA), das
comemorações do Dia Nacional
da Caatinga (28 de abril). Entre as atividades
que contarão com a presença
da ministra, estão incluídas
a inauguração, às 10h,
da fonte de abastecimento de água dessalinizada
da primeira Unidade Demonstrativa do Programa
Água Doce, localizada no povoado de
Atalho, em Petrolina, e assinatura de convênios
para ações do programa. Em Juazeiro
(BA), a ministra vai abrir, às 14h30,
o seminário "A Revitalização
do São Francisco e a Convivência
com o Semi-Árido". O encontro
objetiva definir um plano de ação
estratégico para a região da
bacia. A ministra também vai assinar
portaria criando o Corredor Ecológico
da Caatinga e a Floresta Nacional de Negreiros.
Implantada pela Embrapa
Semi-Árido com apoio da Fundação
Banco do Brasil, a fonte de abastecimento
de água dessalinizada de Atalho beneficiará
cerca de mil pessoas da comunidade. O Programa
Água Doce é coordenado pela
Secretaria de Recursos Hídricos do
Ministério do Meio Ambiente e integra
um conjunto de ações do governo
federal. O programa prioriza as comunidades
com menor Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) que dispõem de águas
salinas ou salobras em seu subsolo, principalmente
as localizadas na região do semi-árido
brasileiro, atendidas pelo Fome Zero. Lançado
em 2004 pela ministra Marina Silva, o Programa
assume o compromisso do governo com as Metas
do Milênio, as orientações
da Agenda 21 e os fundamentos da Política
Nacional de Recursos Hídricos.
Os eventos em comemoração
ao Dia da Caatinga, organizados pelo MMA em
parceria com a Embrapa, Fundação
Banco do Brasil e BNDES, começaram
no dia 24 e vão até o dia 29
nos municípios de Paulo Afonso e Juazeiro
(BA) e Petrolina (PE). A programação
inclui seminários, atividades culturais,
apresentação de experiências
de projetos de usos sustentáveis do
bioma Caatinga e adesão de prefeituras
da região ao Programa de Revitalização
do Rio São Francisco.
A Caatinga compreende cerca
de 7% do território nacional. É
o único bioma exclusivamente brasileiro.
Grande parte do patrimônio biológico
dessa região não é encontrada
em outro lugar do mundo, além do Nordeste
brasileiro. Com fisionomia de deserto e índices
pluviométricos muito baixos (entre
de 500 e 700 mm anuais), a Caatinga abriga
cerca de 20 milhões de brasileiros
em seus 1000 mil km2. Lá vive também
a ararinha-azul, ameaçada de extinção,
e outros animais bastante conhecidos na cultura
brasileira, como o sapo-cururu, a asa-branca,
a cotia, o gambá, o preá, o
veado-catingueiro, o tatu- peba e o sagui-do-nordeste.
Anualmente o bioma perde
350 mil hectares de vegetação
nativa, podendo chegar em 2010 com apenas
30% de áreas remanescentes. Trinta
por cento da matriz energética usada
nas indústrias instaladas no Nordeste
é à base de lenha e carvão,
sendo, praticamente 100% originada no bioma
característico do sertão nordestino.