24/04/2006 - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, pediu compromisso
ético nas ações de proteção
à biodiversidade nesta segunda-feira
(24), em Luziânia, Goiás, durante
a II Conferência Nacional Infanto-Juvenil
pelo Meio Ambiente (CNIJMA). "O problema
da humanidade não é a técnica,
é a ética. Não nos falta
técnica para proteger o meio ambiente.
Não nos falta técnica para controlar
o aquecimento global. Não nos falta
técnica para acabar com a fome. Nos
falta é compromisso ético",
disse Marina Silva, ao final de sua exposição,
para uma platéia de aproximadamente
600 crianças e adolescentes de todo
o país.
Ao relembrar o projeto de
lei da Mata Atlântica, a ministra pediu
que os jovens se engajassem na luta pela aprovação
das regras para o uso do bioma, em tramitação
no Congresso há 14 anos. Se cada um
fizer sua parte, a biodiversidade, o clima,
cada um de nós ficará mais seguro
, argumentou.
Marina Silva falou sobre
a importância da valorização
da biodiversidade brasileira. Segundo ela,
atualmente apenas 200 mil espécies
são conhecidas no território
brasileiro, parte muito restrita de um universo
que, conforme estimativas, pode chegar a 2
milhões de espécies. "Cerca
de 50% da nossa economia depende da biodiversidade",
disse.
A diversidade biológica, para a ministra,
é um dado importante da identidade
de cada brasileiro. "O pessoal do Norte
se identifica com a Amazônia. O pessoal
do Centro-Oeste com o Cerrado", exemplificou.
Marina Silva explicou também que a
biodiversidade garante vários benefícios
para a população. E citou a
influência da diversidade biológica
na formação do solo, na formação
de habitats naturais, na purificação
do ar, no controle das chuvas. "A biodiversidade
faz parte da nossa vida", resumiu.
A ministra da Secretaria
Especial de Políticas de Promoção
e Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, também
fez uma exposição na conferência.
Ela falou das diferentes influências
que determinaram a formação
do povo brasileiro e da diversidade étnica
e racial que o país possui. De acordo
com Matilde Ribeiro, a igualdade entre as
raças é fundamental e deve permear
os debates que crianças e adolescentes
desenvolverão até sexta-feira
(28) em Luziânia.
O secretário-executivo
do Ministério do Meio Ambiente, Claudio
Langone, participou do evento, apresentando
inúmeros pontos que os jovens devem
levar em conta na discussão sobre mudanças
climáticas. Ele chamou a atenção
para o fato de que até agora os Estados
Unidos não aderiram ao Protocolo de
Quioto, tratado em que os países se
comprometem em reduzir a emissão de
gases de efeito estufa na atmosfera. O evento
ainda contou com a presença do secretário
do Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome, Crispim Moreira,
que abordou a importância de os jovens
perceberem que acesso à alimentação
com qualidade e quantidade, necessárias
para garantir a boa nutrição,
é um direito de todos.