25/04/2006 - O brasileiro
Tarcísio Feitosa da Silva, de 35 anos,
recebeu nos Estados Unidos, nesta segunda-feira
(24), o Prêmio Goldman de Meio Ambiente,
considerado o Nobel da área. Ligado
à Comissão Pastoral da Terra
e um dos líderes do Movimento pelo
Desenvolvimento da Transamazônica e
Xingu, Feitosa tem trilhado seu caminho em
defesa dos direitos humanos, da proteção
ambiental e da luta pelo desenvolvimento sustentável
da Amazônia. "Ele faz uma interface
importante entre o governo federal e os movimentos
sociais daquela região. O prêmio
é mais do que merecido. E, tenho certeza,
revertirá em benefícios para
a Amazônia", avaliou a secretária
de Coordenação da Amazônia
do Ministério do Meio Ambiente, Muriel
Saragoussi.
Feitosa, que já trabalhou
como professor de matemática da rede
pública no Pará, nasceu em Altamira.
Sua atuação é marcante
no Xingu e na Terra do Meio. Foi ele quem
denunciou a extração ilegal
de madeira que resultou na apreensão
de 6 mil toras de mogno. Foi arrecadado 1,5
milhão de dólares com a venda
da madeira extraída ilegalmente. Com
o dinheiro, foi criado um fundo para financiar
o desenvolvimento sustentável e a conservação
das florestas tropicais.
O paraense também tem tido papel fundamental
no processo de desenvolvimento do Plano BR163
Sustentável, que será lançado
em breve na região. Mantém contato
freqüente com vários ministérios,
além de participar das discussões
do Plano Plurianual (PPA). Os ganhadores desse
prêmio são selecionados por um
júri internacional, a partir de indicações
confidenciais feitas por uma rede de organizações
ambientais e personalidades de destaque na
área. Outros dois brasileiros já
receberam a honraria: a ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, e o antropólogo Carlos
Alberto Ricardo. O valor do Prêmio Goldman
é de US$ 125 mil.