26.04.2006 – Fortaleza -
Durante a estadia do barco, a prefeita da
capital cearense deve aderir ao programa Cidade
Amiga da Amazônia
O navio do Greenpeace Arctic
Sunrise estará em Fortaleza de 27 de
abril a 1o de maio. No sábado e no
domingo, dias 29 e 30, será aberto
à visitação pública
gratuita. É a primeira vez que a população
da capital cearense verá de perto um
barco da organização. Além
de conhecer as instalações do
navio, as pessoas poderão visitar uma
exposição fotográfica
que retrata as belezas, as ameaças
e o trabalho do Greenpeace na Amazônia.
Fortaleza será o último porto
da expedição do Arctic Sunrise
pela costa brasileira, que, desde o dia 31
de março, já esteve em Porto
Alegre, Santos, Salvador e Recife. A expedição
é parte da campanha global da organização
pela proteção das florestas
e tem o objetivo de levar a realidade de regiões
remotas da Floresta Amazônica aos grandes
centros urbanos do litoral.
A bordo do navio, no dia
28, a prefeita de Fortaleza deve assinar o
termo de compromisso com o programa Cidade
Amiga da Amazônia. Criado pelo Greenpeace,
o Cidade Amiga da Amazônia incentiva
prefeituras a adotarem leis que evitem o consumo
de madeira de origem criminosa nas compras
e licitações públicas.
Salvador, Recife, Olinda e Fortaleza são
as primeiras cidades do Nordeste a aderirem
ao programa.
As prefeituras consomem
grandes volumes de madeira em obras públicas,
como escolas e postos de saúde, e podem
tornar-se exemplos de consumo responsável.
Estima-se que entre 60% e 80% da madeira produzida
na Amazônia seja ilegal. "Esta
expedição mostra que nosso trabalho
vai muito além da denúncia",
afirma Paulo Adário, coordenador da
campanha Amazônia do Greenpeace. "Estamos
apresentando propostas práticas de
combate ao desmatamento. Acreditamos que apenas
a ação urgente de todos os níveis
de governo e da sociedade pode reverter a
atual tendência de destruição
do patrimônio amazônico".
Nos últimos anos,
o desmatamento na Amazônia tem sido
impulsionado pela expansão descontrolada
da fronteira agropecuária capitaneada
pela soja, além da exploração
ilegal e predatória de madeira. Apesar
de suas boas iniciativas na área florestal,
o governo Lula acumula o maior índice
de desmatamento da história do País:
desde o dia de sua posse, a Amazônia
perdeu mais de 70 mil quilômetros quadrados
de florestas.
O Greenpeace acredita que
a solução para a Amazônia
passa pelo estabelecimento de uma "barreira
verde" formada por áreas protegidas
e de uso sustentável nas regiões
de floresta que sofrem maior pressão
da exploração madeireira e expansão
agropecuária. A criação
e implementação de unidades
de conservação protege a biodiversidade
e o direito das comunidades tradicionais,
impede a grilagem de terras e serve como contenção
ao corte raso das árvores. Durante
a expedição, ativistas e voluntários
vão coletar assinaturas pedindo o estabelecimento
dessa "barreira verde" na Amazônia
contra o desmatamento.