24/04/2006
- Brasília - O impasse em torno da
contratação de obras pela Petrobras
para a implantação dos gasodutos
Urucu-Porto Velho e Coari-Manaus poderá
ser conciliado com a participação
de batalhões do Exército nessas
obras. A informação é
do gerente executivo de Gás e Energia
da estatal, Rafael Schettini Frazão,
que hoje (25) participou de audiência
pública conjunta das comissões
da Amazônia, de Integração
Nacional e de Desenvolvimento Regional, e
de Minas e Energia, da Câmara.
Segundo Frazão, a
Petrobras calcula em R$ 1 bilhão o
custo das obras, contra R$ 2,4 bilhões
das propostas de outras empresas. Mas a participação
do Exército poderá baratear
esse custo, acrescentou, ao lembrar que poderia
haver acordo com as empreiteiras que alegam
dificuldades na preparação do
terreno. Ele lembrou que a estatal já
investiu R$ 500 milhões em tubos.
O gasoduto Coari-Manaus,
cujas obras já foram iniciadas, tem
380 quilômetros de extensão e
passará por sete municípios,
e o Urucu-Porto Velho tem 520 quilômetros.
O licenciamento ambiental foi aprovado no
início deste ano e os dois gasodutos
poderão entrar em operação
em 2008.
Na audiência, o diretor
de Engenharia da Eletrobrás, Valter
Luiz Cardeal, afirmou que a exploração
do potencial de gás da Amazônia
vai permitir que a região tenha o melhor
preço do produto no país. Ele
prevê economia de óleo combustível
e óleo diesel, utilizados na geração
do sistema termelétrico, além
da possibilidade de uso do gás por
frotas automotivas. E calcula uma sobra de
cerca de 1.500 megawatts para o sistema nacional.
O superintendente de Regulação
dos Serviços de Geração
da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), Rui Guilherme Altieri Silva, informou
que a geração de energia em
Manaus (AM) custa R$ 1,9 bilhão e cairá
para R$ 800 milhões quando for usado
o gás natural.
Já a secretária
de Compensação Ambiental da
Companhia de Gás do Estado do Amazonas
(Cigás), Nádia Cristina Ferreira,
contou na audiência que o governo estadual
já investiu R$ 42,4 milhões
para beneficiar as populações
das 35 comunidades dos sete municípios
por onde passará um dos gasodutos.
O trabalho envolve um programa de desenvolvimento
sustentável, além da assistência
à saúde e à educação.