dos técnicos do sistema ambiental
paulista, assim como para todos os interessados
nos diversos assuntos abordados. A engenheira
Tânia Gasi ressaltou que o logotipo
do evento, em forma de um fluxograma, representa
a visão dos organizadores do encontro:
“como deve ser considerada a gestão
da qualidade ambiental”. O fluxograma apresenta
seis módulos, referentes ao “Diagnóstico
Ambiental”, na etapa de diagnóstico;
ao “Planejamento Ambiental” e à “Participação
da Sociedade”, na etapa de planejamento; às
“Ações do Governo como Promotor
e Iniciativas Voluntárias” e às
“Ações do Governo como Regulador”,
na etapa de execução; e à
“Gestão da Qualidade Laboratorial”,
na etapa de apoio.
Tânia esclareceu que, no que se refere
ao bloco de apoio, embora existam outras atividades
que sejam importantes para a gestão
da qualidade ambiental, como desenvolvimento
da legislação e capacitação,
optou-se pelo enfoque da gestão de
qualidade laboratorial, “porque a geração
de dados analíticos confiáveis
é fundamental para apoiar as diversas
etapas da gestão de qualidade ambiental”.
A presidente da ASEC enfatizou, ainda, a
grande receptividade pelo tema demonstrada
pelos técnicos da CETESB e profissionais
convidados, que lotaram o Anfiteatro Augusto
Ruschi, no primeiro dia do evento, o que deve
se repetir nos dois próximos dias do
encontro, em função do elevado
número de inscrições
feitas.
Indicadores Ambientais
O primeiro dia do 7º Encontro Técnico
da ASEC teve início com a apresentação
do “Relatório GEO – Cidade de São
Paulo”, pela arquiteta Karla Reis Cardoso
de Mello, da Divisão de Planejamento
Ambiental da Secretaria do Verde e do Meio
Ambiente - SVMA, da Prefeitura de São
Paulo. A SVMA vem desenvolvendo, desde 2003,
o projeto “Indicadores Ambientais Paulistanos”,
que visa a construção de um
sistema de indicadores socioambientais que
permita avaliar, entre outros itens, o estado
do meio ambiente da metrópole e a eficácia
das políticas públicas e as
respostas da sociedade civil no enfrentamento
das questões ambientais.
A adoção e conseqüente
institucionalização desse modelo
na administração local se encontra
submetida à apreciação
permanente do Conselho Municipal do Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável - CADES,
sendo acompanhada por meio de comissão
especial criada com esta finalidade pelo órgão
colegiado. As ações priorizadas
tendem a orientar a aplicação
de recursos do Fundo Especial do Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável (Fema),
criado por lei e cuja regulamentação
prevê o uso de indicadores ambientais.
Outra exposição foi feita pelo
engenheiro Lineu Bassoi, diretor de Engenharia,
Tecnologia e Qualidade Ambiental da CETESB,
que falou sobre os indicadores ambientais
da agência ambiental paulista. O engenheiro
mostrou, entre outros itens, os parâmetros
de qualidade de água, ar e solo estabelecidos
pela legislação ambiental estadual
e adotados pela CETESB, assim como citou os
resultados dos monitoramentos realizados pela
agência ambiental e disponibilizados,
em forma de relatórios anuais, na internet.
A última palestra da parte da manhã
de hoje foi feita pelo engenheiro agrônomo
Wadih João Scandar Neto, do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE e coordenador da publicação
“Indicadores do Desenvolvimento Sustentável
Brasil – 2004”, do IBGE-SP. Esta publicação
deu continuidade ao trabalho iniciado em 2002,
pelo Instituto, de elaboração
de um conjunto de indicadores para o acompanhamento
da sustentabilidade do padrão de desenvolvimento
brasileiro, apresentados nas dimensões
ambiental, social, econômica e institucional.
A edição reúne dezenas
de indicadores, alguns deles relativos a questões
emergentes, que propiciam uma avaliação
mais completa do desenvolvimento sustentável,
e apresenta como acréscimos uma matriz
de relacionamentos de indicadores, que ilustra
as ligações entre esses dados,
um resumo gráfico, que fornece uma
visão de conjunto dos indicadores,
e uma relação dos indicadores
segundo diretrizes para transição
ao desenvolvimento sustentável referenciadas
a eqüidade, eficiência, adaptabilidade,
e atenção a gerações
futuras.
Na continuidade das palestras do primeiro
dia do encontro promovido pela ASEC os temas
apresentados trataram do Planejamento Ambiental,
que contou com a moderação da
engenheira química Lady Virgínia
Meneses, da CETESB.
Dentro desse módulo, coube ao geólogo
Julian Garcia de Almeida, da SMA, a exposição
sobre Políticas Ambientais e Seus Instrumentos,
com uma breve avaliação dos
principais usos e os desafios do século
XXI. A Avaliação Ambiental Estratégica:
Tendências e Perspectivas no Brasil,
foi o tema da exposição da bióloga
Izabella Mônica Teixeira, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro, que falou da experiência
recente no Brasil, motivações
e tendências.
Fausto de Azevedo, da Superintendência
de Planejamento Estratégico da Bahia,
bioquímico e farmacêutico, especialista
em toxicologia, falou sobre a Importância
do Planejamento Estratégico na Área
Ambiental, lembrando que “o meio ambiente
é produto de ambientes, ou um sistema
de ambientes”, com destaque para os aspectos
sócio-econômicos, educacionais
e de políticas públicas. Tito
Lívio Souza, presidente da Agência
Estadual de Recursos Hídricos de Pernambuco,
fez sua palestra sobre Saúde Pública
como Variável para o Planejamento,
com destaque para dois estudos de caso realizados
em seu Estado, analisando a interferência
do rio Jaboatão dos Guararapes na balneabilidade
das praias e no desequilíbrio ecológico
na região, assim como os efeitos diretos
da produção do polo gesseiro
de Araripe nas doenças respiratórias
dos trabalhadores e na população
do entorno.
O segundo módulo da tarde foi moderado
pelo secretário executivo do Consema,
Germano Seara Filho. A advogada Alexandrina
Saldanha de Moura, presidente da ABEMA e secretária
executiva de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
de Pernambuco, falou sobre a Construção
da Agenda 21 do seu estado, que incluiu temas
como o combate a desertificação
e convivência com a seca, redução
da miséria e da mortalidade infantil,
cidades sustentáveis e gestão
de recursos naturais. Lisa Gunn, gerente da
Coordenação Institucional do
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor/IDEC,
encerrou o programa desta quarta-feira falando
do Direito de Acesso à Informação,
destacando o conhecimento dos aspetos socioambientais
dos produtos e serviços, processos
e cadeias produtivas como instrumentos para
influenciar padrões sustentáveis
de produção e consumo.