“As pessoas que consomem madeira, cogumelos
e frutas silvestres das florestas daquela
região não sabem que estão
expondo sua saúde a sérios riscos
devido à radiação. As
amostras possuem radiação entre
10 e 28 vezes acima dos limites mínimos
estabelecidos pela Comissão Européia
para classificar um material como lixo radioativo”,
disse Guilherme Leonardi, coordenador da campanha
de energia do Greenpeace Brasil.
A entrega coincide com o lançamento
do relatório do Greenpeace que revisa
a contaminação radioativa atual
na Ucrânia e a condição
de mais de 20 milhões de metros cúbicos
de lixo radioativo abandonados após
o acidente. Essa é uma bomba relógio
que pode contaminar ainda mais a região
assim como o rio Dnjepr, a principal fonte
de água potável da Ucrânia.
O Greenpeace pede medidas urgentes para controlar
e acondicionar esse lixo.
“A AIEA deve parar de maquiar dados, negar
fatos e reduzir os impactos de Chernobyl”,
disse Guilherme Leonardi. “As amostras são
evidências claras de quão contaminadas
ainda estão algumas partes da Ucrânia.
A possibilidade de a AIEA realocar pessoas
para essas áreas pode representar sérios
riscos para a saúde da população”,
acrescentou.
O relatório do Greenpeace sobre saúde
publicado na quinta-feira mostrou que a tentativa
da AIEA de reduzir os impactos sobre a saúde
do acidente de Chernobyl dissemina a desinformação
entre as populações e mostra
seu compromisso com uma política pró-nuclear.
O Greenpeace pede aos governos que emendem
o estatuto da AIEA, removendo o artigo 2 que
estabelece a função promocional
da energia nuclear da agência, que é
contraditória com sua função
fiscalizadora da segurança nuclear.
No Brasil, a Comissão Nacional de
Energia Atômica (CNEN) possui ambos
os papéis, contraditórios por
natureza, o que já foi inclusive apontado
como problema pelo relatório da Câmara
dos Deputados sobre segurança nuclear,
lançado em março.