06/05/2006 - Porto Alegre
– O ministro-interino do Meio Ambiente, Cláudio
Langoni, defendeu que os ambientalistas busquem
uma agenda comum com o setor empresarial nas
estratégias de desenvolvimento que
incorporem a preservação da
natureza. A declaração foi feita
na Feira Internacional de Ecologia e Meio
Ambiente (Fiema Brasil 2006), em Bento Gonçalves,
na região serrana do Rio Grande do
Sul.
O evento, que mostra tecnologias
limpas e soluções ambientais
para os setores agrário, industrial
e público, termina hoje (6). Segundo
o presidente da feira, César Rubecchini,
quase 18 mil pessoas visitaram as instalações
e a expectativa é gerar R$ 10 milhões
em rodadas de negócios.
Ao falar sobre as parcerias
público-privadas na área ambiental,
Langoni disse que a degradação
do ecossistema não pode ser combatida
apenas com fiscalização e medidas
punitivas. "É preciso criar alternativas
econômicas para os setores que produzem
sem levar em conta a sustentabilidade",
destacou.
Ele também propôs
"regras de transição"
para resolver problemas como o das carvoarias
brasileiras, "que usam mão-de-obra
escrava e provocam o desmatamento de florestas
nativas". Segundo ele, a produção
de carvão vegetal é "arcaica",
apesar de alimentar a indústria siderúrgica,
"uma das mais modernas no país".
"Precisamos resolver
essa contradição com projetos
de longo prazo, que gradativamente incorporem
ao desenvolvimento do setor uma visão
ambiental", disse, lembrando que a legislação
brasileira nessa área é forte,
mas precisa ser cumprida por meio do diálogo
com as cadeias produtivas.