05/05/2006 - O ministro
da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende,
visita nesta sexta-feira (5), às 10h,
um dos mais importantes e estratégicos
projetos ligados à geração
de energia nuclear no País. Trata-se
da planta de enriquecimento de urânio,
na Fábrica de Combustível Nuclear
das Indústrias Nucleares do Brasil
(INB), em Resende (RJ).
Na ocasião será
descerrada uma placa marcando a inauguração
das instalações físicas
da primeira cascata do primeiro módulo
da fábrica. Deverão ser construídos
quatro módulos ao todo, o primeiro
com quatro cascatas e os demais com duas.
Após a cerimônia,
o ministro participa de coletiva com a imprensa.
A entrevista está prevista para às
11h40. E logo em seguida, visita as instalações
da planta de enriquecimento em companhia do
presidente da INB, Roberto Esteves, e do diretor
técnico do Enriquecimento, Carlos Freire.
A cerimônia marca,
ainda, a conclusão da etapa de testes
que foi iniciada em 2005, após a visita
de técnicos da Agência Internacional
de Energia Atômica (AIEA).
Nas instalações
de Resende já funcionam os processos
de reconversão, fabricação
de pastilhas, além da montagem dos
elementos combustíveis, utilizados
pelas usinas para geração de
energia elétrica.
Economia
O urânio brasileiro
extraído das minas de Caetité
(BA) tem sido, até então, enriquecido
na Europa, após ser transformado em
gás, no Canadá. Com o início
da produção nacional, o Brasil
passa a integrar definitivamente o seleto
grupo de países que dominam esta tecnologia.
A previsão é de que a primeira
etapa do projeto, quando concluída,
atenda a 60% das necessidades das usinas Angra
1 e Angra 2. Com isso, o País economizará,
a cada 14 meses, aproximadamente US$ 12 milhões.
O combustível produzido pela INB –
que é subordinada ao Ministério
da Ciência e Tecnologia – é responsável
pela geração de mais de 40%
da energia elétrica consumida no estado
do Rio de Janeiro e 20% no Sudeste.
A tecnologia empregada no
processo é uma das mais modernas do
mundo e garante ao Brasil grande vantagem
competitiva nessa área, haja vista
que processos utilizados por países
como Estados Unidos e França, que atendem
a 55% do mercado mundial de urânio enriquecido
(estimado em US$ 20 bilhões), utilizam
a tecnologia de difusão gasosa, consomem
25 vezes mais energia do que aquele criado
no Brasil. Para se levar um quilo de urânio
natural até o enriquecimento de 4%
(teor suficiente para utilização
em reatores de potência nuclear) consome-se
530 kWh no processo brasileiro e 13.250 kWh
no processo francês e norte-americano.
Ministro inaugura
primeira cascata de enriquecimento de urânio
no Rio
O ministro da Ciência
e Tecnologia, Sergio Rezende, inaugurou na
manhã de hoje (5) a primeira cascata
do primeiro módulo da fábrica
de enriquecimento de urânio das Indústrias
Nucleares do Brasil (INB/MCT), em Resende
(RJ). Na ocasião, ressaltou a importância
que tem para o País a auto-suficiência
na produção do combustível
nuclear. “Num momento em que a questão
do gás boliviano coloca em pauta o
problema da segurança energética,
é essencial desenvolvermos, internamente,
outras formas de produzir energia para não
ficarmos dependentes”, declarou.
Serão construídos
quatro módulos ao todo, o primeiro
com quatro cascatas e os demais com duas.
Rezende afirmou estar convencido
de que o Governo percebe a importância
de o Brasil diversificar suas fontes energéticas
e, nesse sentido, a energia nuclear é
uma das melhores alternativas, pois não
contribui para o aquecimento global e até
mesmo ambientalistas já a aprovam.
“Tenho certeza de que o
presidente Lula vai arcar com os pequenos
ônus políticos junto aos ambientalistas
e vai anunciar, ainda este ano, a retomada
da construção da usina Angra
3”, afirmou o ministro.
Comparando o início
do enriquecimento ao começo da atividade
de produção de petróleo,
Rezende afirmou que o Brasil chegará
à auto-suficiência na produção
do combustível nuclear. “Nosso País
não pode desperdiçar oportunidades
de atingir a auto-suficiência nessa
área, que é importante, não
só por conta da produção
de energia, mas também por todas as
outras aplicações, como nos
fármacos, na indústria e na
construção civil”. Ele informou
que o Conselho de Política Energética
se reunirá no próximo mês
para discutir o assunto.
Para o presidente da Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair
Dias Gonçalves, a inauguração
desta primeira fase do enriquecimento significa
muito mais que uma vitória. “Representa
para todos nós do setor nuclear um
ato de heroísmo que, infelizmente,
demorou a se concretizar, mas se tornou possível
graças aos esforços de muita
gente. Este é o primeiro passo de um
caminho que não vamos abandonar.”
A cerimônia contou
com as presenças dos presidentes da
Eletronuclear, Othon Pinheiro; da Agencia
Espacial Brasileira (AEB/MCT), Sergio Gaudenzi;
da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT),
Odilon Marcuzzo, do ex-ministro Roberto Amaral,
além de diversos políticos,
dirigentes de empresas e entidades e técnicos
que contribuíram para o projeto.
Economia
O urânio brasileiro
extraído das minas de Caetité
(BA) tem sido, até então, enriquecido
na Europa, após ser transformado em
gás, no Canadá. Com o início
da produção nacional, o Brasil
passa a integrar definitivamente o seleto
grupo de países que dominam esta tecnologia.
A previsão é que a primeira
etapa do projeto, quando concluída,
atenda a 60% das necessidades das usinas Angra
1 e Angra 2. Com isso, o País economizará,
a cada 14 meses, aproximadamente US$ 12 milhões.
O combustível produzido pela INB –
que é subordinada ao Ministério
da Ciência e Tecnologia – é responsável
pela geração de mais de 40%
da energia elétrica consumida no estado
do Rio de Janeiro e 20% no Sudeste.
A tecnologia empregada no
processo é uma das mais modernas do
mundo e garante ao Brasil grande vantagem
competitiva nessa área, haja vista
que processos utilizados por países
como Estados Unidos e França, que atendem
a 55% do mercado mundial de urânio enriquecido
(estimado em US$ 20 bilhões), utilizam
a tecnologia de difusão gasosa, consomem
25 vezes mais energia do que aquele criado
no Brasil. Para se levar um quilo de urânio
natural até o enriquecimento de 4%
(teor suficiente para utilização
em reatores de potência nuclear) consome-se
530 kWh no processo brasileiro e 13.250 kWh
no processo francês e norte-americano.