02/05/2006 - União
é a tônica do projeto “Consciência
Limpa”, organizado pela Rede Amazônica,
com o objetivo de sensibilizar os moradores
das áreas invadidas e de igarapés
sobre os problemas ambientais e as possíveis
conseqüências na vida de todos.
Além disso, são realizadas atividades
socioeducativas, que contribuam para a melhoria
da qualidade de vida das famílias.
A terceira edição do projeto
começa no mês de junho e durará
seis meses. Durante este período, serão
atendidos seis áreas estratégicas
de Manaus (AM), entre elas, estão os
igarapés: do 40, Educandos, Manaus,
Glória, Compensa e da Cachoeirinha,
divisa com São Francisco.
Durante o projeto são
organizadas oficinas de artesanatos a partir
da reutilização de resíduos,
bem como palestras sobre empreendedorismo,
higiene pessoal, doenças sexualmente
transmissíveis, horticultura e artes.
Também são realizados jogos
e brincadeiras educativas com temáticas
ambientais com as crianças das comunidades.
As atividades visam estimular a geração
de emprego e renda para as famílias.
O servidor da Divisão
de Apoio às Estações
e Reservas do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (DSER/Inpa), Jorge Lobato,
explicou que a idéia é promover
a coleta dos entulhos nas casas dos moradores,
para que o lixo não seja jogado nas
margens ou nos leitos dos igarapés.
O lixo coletado é vendido para empresas
de reciclagem e o dinheiro arrecado é
doado para instituições filantrópicas.
Lobato ressaltou que para
a concretização de todas as
atividades é necessário um grupo
grande e unido. Para isso, o projeto conta
com a parceria de 30 empresas do Pólo
Industrial de Manaus (PIM), instituições
de ensino e pesquisa, além de 90 pessoas
que atuam no grupo de apoio.
Em relação
ao Inpa, Lobato destacou que a participação
no projeto se deve ao conhecimento acerca
das ações de preservação
do meio ambiente. Ele listou as atividades
desenvolvidas com os moradores do entorno
da Reserva Adolpho Ducke, zona Leste, coordenada
pelo Laboratório de Psicologia e Educação
Ambiental (Lapsea) e o projeto Pequenos Guias,
além do Comunidade no Jardim Botânico,
realizado pela DSER, entre vários outros
projetos voltados para a preservação
do ecossistema amazônico.
Ele disse que a intenção
do projeto também é unir as
empresas do PIM, entidades diversas, as comunidades,
o poder público e a Fundação
Rede Amazônica em um mesmo propósito:
contribuir significativamente para a sensibilização
social a respeito das questões ambientais.
O principal ponto é no tocante ao correto
manuseio e destinação adequada
do lixo doméstico. Isso porque essa
forma de comportamento também faz parte
do cotidiano das empresas.
Início
Segundo o radialista da Rede Amazônica,
Moisaniel Filho, o projeto nasceu baseado
nos exemplos de moradores do Conjunto Acariquara,
localizado na zona Leste e do projeto Comunidade
no Jardim Botânico, desenvolvido pelo
Inpa. O primeiro recuperou o lago do Irariquara,
que fica dentro do conjunto. Já o segundo,
consiste em um trabalho realizado com comunidades
localizadas no entorno da Reserva Adolpho
Ducke, onde os coordenadores do projeto utilizam
as áreas do Jardim Botânico para
promover a educação ambiental
de adultos e crianças.
Interior
Além da capital amazonense, os municípios
de Iranduba (Cacau Pirêra) e Presidente
Figueiredo fazem parte do cronograma de ações
do "Consciência Limpa". Uma
vez por ano a equipe se desloca para esses
locais e desenvolve durante todo o dia, juntamente
com as comunidades, atividades de sensibilização
ambiental e coleta seletiva de lixo próximo
a lagos, igarapés e rios.
Outra ação
importante do Projeto é durante o Festival
de Cirandas de Manacapuru. Nesse período
o fluxo de pessoas nas balsas que dão
acesso àquele município cresce
visivelmente, aumentando também o consumo
de comida durante o trajeto e embalagens descartadas
no interior das balsas, no rio e nas estradas.
Por esta razão, durante os três
dias de festival, a equipe do projeto realiza
de 8h às 12h, atividades de sensibilização
dos passageiros para a questão do lixo
que é jogado a esmo.
Como a travessia dura em
média 30 minutos, artistas locais se
apresentam cantando músicas com temática
amazônica, além de mini-palestras
com autoridades sanitaristas e ligadas ao
meio ambiente. No ano passado, as ações
de conscientização contaram
com a participação das pesquisadoras
Domitila Pascoaloto e Socorro Santos, ambas
da Coordenação de Pesquisas
em Clima e Recursos Hídricos (CPCRH/Inpa).
Elas realizaram palestras na balsa que faz
a travessia do Porto de São Raimundo
para o Cacau Pirêra, bem como no bairro
da Cachoeirinha.