Brasília (03/05/2006)
– Uma força-tarefa do Ibama, da Marinha
e da Polícia Federal, que trabalham
na Operação Arrasto, terminou
na última sexta-feira, com a identificação
de 12 embarcações que faziam
pesca ilegal de arrasto na costa do Rio Grande
do Sul. Os infratores foram surpreendidos
de helicópteros do Ibama e da Marinha.
Eles foram fotografados do alto, a menos de
três milhas da costa, numa área
utilizada nesta época do ano como berçário
de peixes, prejudicando a criação
de corvinas, pescada, pescadinha e castanha,
entre outros. O Ibama multará em R$
100 mil cada dono de embarcação.
Neste momento, técnicos
do órgão identificam os proprietários
dos barcos, a partir do nome da embarcação
e do ponto de registro, que, por lei, devem
vir pintados no casco.
No verão e a primavera,
a costa gaúcha se transforma do destino
preferencial dos pescadores ilegais não
só do estado, mas de Santa Catarina.
“Estima-se que cerca de 550 embarcações
dos dois estados fazem pesca de arrasto no
Rio Grande do Sul, causando grande prejuízo
ambiental”, avisa o coordenador da Operação,
analista ambiental do Ibama, Sandro Klippel.
Oceanógrafo formado na Universidade
Federal do Rio Grande (RS), Klippel diz que
se trata de frota muito grande de arrasto
de fundo e que, por esse motivo, as operações
vão se intensificar naquela faixa de
mar – cuja profundidade não ultrapassa
os 10 metros.
Nem sempre a identificação
dos barcos é fácil, já
que os pescadores ilegais tentam dificultar
a identificação, cobrindo o
nome do veículo e seu registro quando
vêem os fotógrafos nos helicópteros.
O problema ocorre porque o Ibama não
usou lancha de abordagem, nesta etapa da operação.
“Alguns podem pensar que, por isso, não
será possível autuar os infratores.
É um engano. Embora esta seja a primeira
vez que autuaremos depois da operação
realizada, todos os culpados serão
multados logo que os barcos e seus proprietários
sejam identificados”, explicou Klippel.
A Operação
Arrasto teve início em janeiro último.
Foi sua primeira etapa. Nela, donos de sete
embarcações foram autuados em
R$ 100 mil cada. A maioria pescava entre Torres
e Chuí. Durante o trabalho, a força-tarefa
coletou informações táticas
para novas ações de fiscalização.
“O patrulhamento da costa continuará”,
garante Klippel.
Além de pessoal da
Superintendência do Ibama no Rio Grande
do Sul, da Marinha e da PF, trabalharam na
Operação servidores do órgão
dos escritórios regionais de Rio Grande,
de Tramandaí, do Parque Nacional da
Lagoa do Peixe, com apoio do Esquadrão
HU-5.