Rio de Janeiro (26/04/2006)
- A Reserva Biológica União,
localizada nos municípios de Rio das
Ostras (53 %), Casimiro de Abreu (46 %) e
Macaé (1 %), acaba de ganhar uma importante
ferramenta para a prevenção
e monitoramento dos incêndios florestais.
Uma torre de observação de incêndios,
adquirida pela AMPLA – Energia e Serviços
SA, empresa distribuidora de energia elétrica
do Rio de Janeiro, foi instalada na unidade,
em atendimento a um termo de compromisso assumido
pela empresa com o Ibama do Rio de Janeiro.
Com 30 metros de altura,
equivalente a um prédio de 10 andares,
a torre de observação é
composta por uma estrutura metálica
galvanizada, equipada com pára-raios,
elevador interno (tipo contra-peso) e uma
cabine, instalada no seu topo, com laterais
em vidro, o que permite uma visão ampla
em todas as direções.
Um observador a postos na
cabine, munido de binóculos e de rádio
de transmissão, terá a missão
de repassar para a equipe em terra todo e
qualquer sinal de fogo que surgir no interior
e nas imediações da reserva.
O local de sua instalação, no
interior da unidade de conservação,
obedeceu a critérios técnicos
estabelecidos pelos analistas ambientais da
reserva, tais como: visibilidade ampla das
áreas de maior ocorrência de
incêndios, fácil acesso, disponibilidade
de energia elétrica e área desprovida
de vegetação nativa de Mata
Atlântica.
Para operar a torre o Ibama,
por meio do seu Centro Nacional para a Prevenção
e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo),
vem treinando, formando e contratando anualmente
brigadas de incêndios florestais, compostas
de 14 pessoas. Os integrantes da brigada são
preferencialmente pessoas das comunidades
próximas às áreas de
conservação e que possuem perfil
adequado para a atividade. Assim, durante
o período crítico de ocorrência
de incêndios na região da Reserva
Biológica União, que vai de
junho a dezembro, a unidade de conservação
contará com a sua brigada, que terá
a responsabilidade de protegê-la dos
incêndios florestais.
A reserva, por sua localização
e interferências antrópicas,
é uma das áreas protegidas no
Brasil que mais sofre com as ações
dos incêndios florestais. A rodovia
BR 101, que a corta, é a maior responsável
pela ocorrência dos incêndios,
provocados intencional ou involuntariamente
por seus usuários. As queimadas para
as atividades agropecuárias realizadas
pelas propriedades rurais vizinhas também
contribuem para o aumento das ocorrências.
Os incêndios são um dos maiores
responsáveis pela destruição
de habitats naturais em todo o mundo e por
conseqüência, uma das maiores causas
da extinção de espécies.
A reserva tem como finalidade
assegurar a proteção e recuperação
de remanescentes da Floresta Atlântica
e formações associadas, da fauna
típica, que delas depende, em especial
o mico-leão-dourado - Leontophitecus
rosallia - espécie de primata endêmico
do Rio de Janeiro ameaçado de extinção
e considerado símbolo da conservação
da natureza no Brasil.
A Reserva Biológica
União completou, neste último
22, oito anos de criação. A
cada ano vem evoluindo em seu manejo, o que
tem contribuído para atingir seus objetivos
de conservação. A reserva conta
com o apoio de diversos parceiros, imbuídos
na busca por um meio ambiente de qualidade
que é direito de todos.
Whitson José da Costa
Junior
Chefe da Rebio União