Após atingir
a auto-suficiência na produção
de petróleo, produto energético
não renovável, o Brasil parte
em busca do aumento da geração
de energias renováveis, área
onde o país se encontra em situação
privilegiada para se fixar como uma das grandes
potências produtoras de fitomassa bioenergética.
Isso tem estimulado o debate sobre o tema,
como o que ocorrerá de terça
(09/05) a quarta-feira (10/05) da próxima
semana, durante o “Simpósio do Agronegócio
de Plantas Oleaginosas: matérias-primas
para o biodiesel”, promovido pela Escola Superior
de Agricultura “Luiz de Queiroz (USP/Esalq),
com o incentivo do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O encontro visa promover
a exposição e o intercâmbio
de conhecimentos voltados à produção
de combustíveis vegetais, com ênfase
na capacidade nacional de produção
agrícola, na qualidade de matérias-primas
para a obtenção do biodiesel
e no potencial agroindustrial em larga escala.
Líder mundial na
produção de etanol a partir
da sacarose contida na cana-de-açúcar,
o governo vem investindo na produção
de biodiesel - biocombustível já
largamente utilizado em alguns importantes
países da Europa e que poderá
ocupar papel relevante na composição
da futura matriz energética nacional.
Na busca por fontes alternativas
e renováveis de energia, muitos dos
projetos em andamento se apóiam nas
matérias-primas provenientes de vegetais,
principalmente pela elevada capacidade e eficiência
produtiva do agronegócio nacional e
pelas extensas áreas cultiváveis
existentes.
Um dos organizadores do
evento, o professor Gil Miguel de Sousa Câmara,
do departamento de Produção
Vegetal da Esalq, informa que entre os principais
temas abordados será discutido o potencial
da cultura de oleaginosas para produção
de biodiesel, tais como o amendoim, o girassol,
a mamona e a soja. “Especialistas em cada
uma dessas culturas estarão presentes
para esclarecer quanto cada uma delas pode
produzir de óleo”.
Uma das palestras mais aguardadas
será da engenheira química Maria
Antonieta Andrade de Souza, da Agência
Nacional do Petróleo (ANP), que falará
sobre as "Especificações
técnicas do biodiesel". O coordenador
do Pólo Nacional de Biocombustíveis,
Weber Amaral, abordará os desafios
a serem superados para se produzir biodiesel.
Para encerrar o evento,
a Dedini S/A Indústrias de Base apresentará
um relatório intitulado: “Biodiesel:
Análise de Custos e Tributos nas cinco
Regiões do Brasil”, elaborado pelo
Pólo Nacional de Biocombustíveis
em conjunto com o Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada – Cepea/Esalq. O estudo
apresenta os custos e tributos referentes
à produção de biodiesel
nas cinco regiões do Brasil, visando
determinar a viabilidade econômica do
produto e oferecer suporte à formulação
de políticas governamentais.
A análise estudou
as matérias-primas de cada uma das
regiões, identificando as mais adequadas
para a obtenção do biocombustível
e a respectiva relação atual
entre oferta e demanda. Também foram
levantados todos os entraves, como tributação,
legislação, produção,
processos industriais e custos.