08/05/2006
- Novas técnicas de manejo sustentável
dos recursos naturais são alguns dos
legados deixados com o término do projeto
“Validação do manejo comunitário
de pesca extrativista em lagos no município
de Itacoatiara”, desenvolvido desde 2003 por
pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa), vinculado ao Ministério
da Ciência e Tecnologia. A pesquisa
teve financiamento da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas
(Fapeam) e surgiu como uma contrapartida a
um projeto anterior, realizado entre 2001
e 2003 e que teve como objetivo organizar
uma base de dados que permita avaliar o impacto
das práticas de exploração
e de manejo comunitário da pesca em
lagos de várzea da Amazônia Central.
“No primeiro projeto, nós
geramos diversos conhecimentos em alguns lagos,
fazendo uma espécie de levantamento
dos tipos de peixes, da qualidade da água,
da geomorfologia e da hidrologia dos lagos.
Ao término da pesquisa, verificamos
que era preciso avaliar com mais profundidade
um maior número de lagos - alguns ecossistemas
- especialmente na região de Itacoatiara,
devido à sua diversidade natural e
pela ampla atividade pesqueira realizada pelas
populações de lá, o que
acabou tornando-se o objeto de estudo desse
novo projeto”, explica Gelson Batista, pesquisador
do projeto. Era preciso saber mais sobre o
ambiente do qual o peixe faz parte, dados
a respeito das árvores que fornecem
frutos e sementes para os animais, das plantas
aquáticas que servem de abrigo para
os peixes pequenos, dos crustáceos
aquáticos, piolhos d'água que
os peixes comem, da qualidade da água
e, finalmente, das práticas de manejo
desenvolvidas pelos comunitários.
O estudo é multidisciplinar,
envolvendo áreas como ictiologia (estudo
dos peixes), botânica, limnologia (estudo
da água), socioeconomia. Contando com
uma espécie de classificação
própria, as comunidades dividem os
lagos em três categorias: os liberados
para pesca de subsistência (ou manutenção),
para pesca comercial e para preservação
(ou santuário). Em cada um deles foram
realizadas pescas experimentais para quantificar
e identificar as populações
de peixes, coletou-se amostras de água,
crustáceos aquáticos, flores
e frutos da vegetação da floresta
alagada e plantas aquáticas.