“A KFC se orgulha de ter uma receita secreta
para os milhões de frangos fritos que
vende a cada dia. Na verdade, os ingredientes
dessa receita são: desmatamento, trabalho
escravo, uso massivo de agrotóxicos,
grilagem, posse ilegal da terra e a extinção
de espécies raras”, afirma Paulo Adário,
coordenador da Campanha da Amazônia,
do Greenpeace. “A KFC precisa tirar o desmatamento
florestal de seu cardápio antes que
seja tarde demais para a maior floresta tropical
do mundo”, acrescenta.
Os índices de desmatamento da Floresta
Amazônica continuam alarmantes. Desde
janeiro de 2003, 70.000 km2 da maior floresta
tropical do planeta já foram destruídos
– um campo de futebol a cada oito segundos.
A soja, exportada pelas transnacionais que
operam na Amazônia, é um dos
principais vetores deste desmatamento. A floresta
está sendo destruída para produzir
ração animal para o mercado
mundial.
A KFC é parte da Yum! Brands, Inc.,
a maior rede de cadeias de restaurantes do
mundo, que inclui Pizza Hut, Taco Bell, A&W
e outras empresas de fast food. Recentemente,
o Greenpeace questionou a Yum! Brands, Inc.
sobre sua contribuição para
a destruição da Amazônia,
mas a companhia se limitou a responder que
a soja que consome também é
cultivada em outras partes do Brasil. No entanto,
o Greenpeace tem evidências que mostram
a clara conexão entre os produtos de
frango vendidos pela KFC e a soja da Amazônia
comercializada pela multinacional norte-americana
Cargill. Maior empresa privada de produtos
agrícolas do mundo, a Cargill tem sua
atuação questionada pelo Ministério
Público Federal do Pará por
não respeitar a legislação
ambiental brasileira. (2)
Um artigo na revista científica Nature,
no mês passado, revelou que 40% da Amazônia
será destruída até 2050
se a fronteira agrícola continuar a
se expandir no ritmo atual, caracterizando
uma enorme ameaça à biodiversidade
e contribuindo para o desequilíbrio
climático.
NOTAS:
(1) O relatório “Comendo a Amazônia”
está disponível em inglês
em:
http://www.greenpeace.org.br/amazonia/pdf/amazonsoya.pdf
O sumário executivo em português
pode ser lido em:
http://www.greenpeace.org.br/amazonia/comendoamz_sumexec.pdf
(2) A legalidade do porto da Cargill em Santarém,
inaugurado em 2003, é questionada pelo
Ministério Público Federal por
não respeitar as exigências da
legislação ambiental. A Cargill
investiu 20 milhões de dólares
em suas instalações e atraiu
centenas de produtores de soja para a região,
causando profundos impactos ambientais e sociais.