Esses espaços servirão para
ajudar vocês a pensarem na beleza daquilo
que vocês fazem e mostrar ao mundo a
beleza da arte indígena brasileira”,
disse Mércio durante a inauguração
das casas na Bahia. “Esse espaço é
o que vai dar condições de vocês
trabalharem sua auto-estima e economia para
também melhorar suas condições
de vida”, acrescentou.
Para as comunidades, a construção
desses espaços foi um momento histórico,
pois mostrou a preocupação do
Estado com o futuro das populações
indígenas do nordeste. “Esse dia é
um marco. Não acreditávamos
que o presidente da Funai estaria aqui com
a gente, mas ele está. Mostrando que
luta pelos nossos direitos e que se preocupa
com o nosso povo. É difícil
brigar pelos povos indígenas e ele
mostrou que não se rendeu a essas dificuldades”,
afirmou Manoel Kiriri, liderança da
aldeia Araçá.
Para a professora indígena Kaimbé
Euânia Gomes, as Casas de Cultura significam
mais que um lugar de produção
artesanal. Elas promoverão a geração
de conhecimento, reprodução
e até recriação da cultura
dessas comunidades indígenas. “Aqui,
os mais velhos vão poder ensinar os
jovens a preservar o que for resgatado e não
deixar morrer mais uma vez.”
Além de um espaço para a produção
de artesanato, as Casas de Cultura serão
vitrines de todo trabalho desenvolvido pelas
comunidades indígenas. Cerâmica,
colares, brincos, redes, comidas típicas,
frutas e demais plantações poderão
ser expostas e comercializadas. “A idéia
é também garantir a sustentabilidade
desses povos. Vendendo sua produção
eles vão gerar mais renda para as comunidades
e conseqüentemente vão melhorar
sua qualidade de vida”, explica Roberto Costa,
um dos responsáveis pelo projeto na
CGART.
Além das casas, o povo Kiriri também
ganhou um espaço na prefeitura de Banzaê
- município onde se localizam as aldeias
Mirandela e Araçá. É
o Departamento de Assuntos Indígenas,
espaço no qual os índios Kiriri
poderão propor projetos e ações
nas áreas de saúde, educação,
meio ambiente, cultura e agricultura com o
objetivo de fortalecer seu povo. “Essa é
uma conquista importante. É um lugar
dentro da prefeitura, onde os índios
vão pensar e levar seus projetos, inclusive,
em outros níveis de governo”, avalia
Mércio Gomes.