18-05-2006 - O protesto
foi resposta à prisão de uma
militante do movimento que tinha o documento
em sua casa.
Uma rede de 720 organizações
da sociedade civil, representantes legislativos
e partidos políticos declararam estar
em posse e publicaram em seus sites e boletins
um documento oficial secreto da EDF (Electricité
de France), que trata de eventuais falhas
no Reator Europeu de Água Pressurizada
(EPR) e de sua capacidade de resistência
ao choque de uma queda de avião ou
a atentados como os ocorridos em 11 de setembro
de 2001 em Nova York.
A publicação
do documento foi um ato de desobediência
civil em resposta à prisão de
uma militante do movimento, Stéphane
Lhomme, que tinha uma cópia do documento
em sua casa. O serviço nacional de
segurança da França fez uma
busca desse documento na última terça,
dia 16, na casa de Stéphane Lhomme,
porta-voz do Réseau Sortir du Nucléaire.
Stéphane foi detida por mais de 14
horas e o serviço nacional de segurança
apreendeu vários equipamentos da casa
dela.
Com o protesto, os militantes
correm o risco de serem multados em até
75 mil euros e a uma pena de detenção
de até cinco anos. Eles afirmam em
carta divulgada que, ao fazer isso, estão
lutando pelo fim dos ataques na França
ao direito dos cidadãos à informação
e contra a repressão a opositores da
energia nuclear, e afirmam que aqueles que
sonegam informação ao público
são os que deveriam ser processados.
Stephane Lhomme foi libertada
quarta-feira à noite. Todas as suas
ferramentas de trabalho (computadores, celular)
foram apreendidas. A polícia especial
francesa fez uma busca de cinco horas em seu
apartamento.
O primeiro ministro francês,
Dominique de Villepin, havia anunciado que
a consulta pública para a construção
de um novo reator na EPR da empresa EDF seria
realizada entre a Copa do Mundo e as férias
escolares, o que reduziria muito a participação
popular no debate, em mais um atentado contra
os princípios democráticos do
governo francês.
O documento em questão
já tinha provocado uma crise no início
do debate público sobre a construção
do novo reator, em setembro passado, tendo
sido citado e censurado na ocasião.
Leia a carta de
protesto assinada pelos movimentos sociais
da França:
Nós, cidadãos,
organizações, representantes
legislativos e partidos políticos declaramos
estar em posse de um documento oficial secreto
da EDF (Electricité de France, que
trata de eventuais falhas na EPR e de sua
capacidade de resistência ao choque
de uma queda de avião ou a atentados
como os ocorridos em 11 de setembro de 2001
em Nova York.
O serviço nacional
de segurança da França fez uma
busca desse documento na última terça,
dia 16, na casa de Stéphane Lhomme,
porta-voz do Réseau Sortir du Nucléaire.
Stéphane foi detida por mais de 14
horas e o serviço nacional de segurança
apreendeu vários equipamentos da casa
dela.
Nós decidimos publicar
o documento oficial em nossos sites e boletins,
para torná-lo disponível a todos,
correndo o risco de incorrermos dessa maneira
a uma penalidade de 75 mil euros e cinco anos
de prisão. Ao fazer isso, nós
lutamos pelo fim dos ataques em nosso país
ao direito dos cidadãos à informação
e contra a repressão a opositores da
energia nuclear. Aqueles que sonegam informação
ao público são os que deveriam
ser processados.
Convocamos todos os cidadãos
a ler o documento e divulgá-lo ao maior
número possível de pessoas.
Não contente em censurar
o debate e a participação pública,
o governo prende os opositores da construção
do reator e aqueles que oferecem ao cidadão
a informação que a EDF se recusa
a liberar.