19/05/2006 - Brasília
- A adição de 10% de óleos
vegetais ao óleo diesel, anunciada
ontem (18) pelo presidente da Petrobras, José
Sérgio Gabrielli, após reunião
do Conselho Nacional de Política Energética,
não interromperá o processo
de fabricação do biodiesel.
"Os processos são
complementares, o programa do biodiesel seguirá
normalmente", informou o ministro da
Agricultura, Roberto Rodrigues, que também
participou da reunião.
O novo tipo de combustível,
batizado de Hbio, utilizará óleos
extraídos da mamona, do girassol, do
dendê e de soja, por exemplo, o que
reduzirá a importação
de óleo diesel e contribuirá
para a qualidade ambiental, já que
levará menor quantidade de enxofre
e maior quantidade de cetano. A mistura será
feita diretamente nas refinarias.
"O Hbio é um
produto inovador. Com ele, o Brasil sai na
vanguarda. Vai impactar muito positivamente
na indústria brasileira. Com este novo
processo, será possível reduzir
a dependência em petróleo. Ele
é um casamento da indústria
do petróleo com o agronegócio",
disse Roberto Rodrigues, ao lembrar que há
30 anos o Brasil criou o álcool combustível,
o que representou uma revolução
para o país.
Segundo o presidente da
Petrobras, a expectativa é de que em
2007 já sejam produzidos cerca de 256
mil metros cúbicos e no ano seguinte,
cerca de 425 mil metros cúbicos. Gabrielli
informou que já foram realizados diversos
testes comerciais com o Hbio, tanto em laboratório
quanto em refinaria, e que foi possível
comprovar que o novo produto é economicamente
viável. "Ele tem um custo muito
inferior ao do diesel importado", disse.
A produção, garantiu, não
implicará custo adicional para a estatal.