15/05/2006 - Brasília
– Segundo a promotora do Ministério
Público em Lucas do Rio Verde (MT),
Patrícia Eleutério Campos, a
audiência pública para debater
o controle de agrotóxicos não
apresentou uma "solução
imediata" para os problemas, mas diversas
sugestões foram feitas para que seu
uso seja mais eficiente. O encontro se realizou
no início de maio após o debate
ambiental gerado após uma nuvem de
agrotóxico caiu sobre a cidade, prejudicando
pequenos produtores, plantas ornamentais e
até um horto medicinal.
"Uma solução
imediata não foi apontada, mas também
não era esse o objetivo principal da
audiência publica. O que ficou claro
é a importância de uma fiscalização
mais eficiente do uso de agrotóxicos",
explicou a promotora. Segundo o relatório
do Sindicato dos Produtores Rurais, a sociedade
fez sugestões de medidas que possam
ser adotadas pelo poder publico de modo a
evitar que acidentes como esse se repitam.
Algumas principais soluções
apontadas foram:
• Adoção de
política de pesquisa por parte do governo,
que busque o melhoramento das técnicas
de aplicação de agrotóxicos,
e que também possam diminuir a quantidade
de aplicação desses produtos;
• O Ministério Público deve
também buscar firmar um termo de ajustamento
de conduta para que os agricultores se comprometam
a aplicar agrotóxicos dentro das normas;
• Deve haver uma grande campanha de conscientização
dos aplicadores de agrotóxicos, com
panfletos, cartazes, etc;
• Deve haver treinamento técnico para
os aplicadores de agrotóxicos;
Outro ponto levantado pela
população foi o risco de um
possível corte nas exportações
de produtos agrícolas, devido ao excesso
de agrotóxicos. O açúcar
exportado pelo Brasil, por exemplo, já
sofreu suspensões de compra por denúncias
de trabalho escravo. A comparação
foi feita para se referir a empresas, que
pressionadas pela população
e preocupadas com a saúde e o meio
ambiente, poderiam futuramente preferir alimentos
mais saudáveis. E com menos agrotóxicos.