27/05/2006
- Brasília – A taxa de desmatamento
de mata atlântica teve redução
de 71% em oito estados no período de
2000-2005. A conclusão é de
estudo realizado pela Fundação
SOS Mata Atlântica e pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em
comparação com os anos 1995-2000.
Na data em que se comemora
o Dia da Mata Atlântica, 27 de maio,
o diretor de relações institucionais
da organização não-governamental
SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani,
diz que o número é um "alento".
"O ritmo de devastação
ainda é grande, mas o fato de reduzir
71% nos anima muito e mostra que estamos no
caminho certo", afirmou em entrevista
à Rádio Nacional.
Dos oitos estados avaliados,
em apenas dois o desmatamento cresceu: Goiás
(18%) e Santa Catarina (8%). O estado que
mais reduziu o deflorestamento foi o Espírito
Santo (96%), seguido pelo Rio de Janeiro (90%).
O diretor da SOS Mata Atlântica atribui
os resultados à fiscalização
mais efetiva e à conscientização
das pessoas em relação às
questões ambientais. "Há
dez anos a questão do meio ambiente
não tinha o destaque que tem hoje",
disse. "Com o tempo e a urgência
as pessoas começaram a perceber que
a natureza é uma coisa séria
e está intimamente ligada a nossa qualidade
de vida."
O estudo aponta que o Paraná,
que já foi campeão de desmatamento
em períodos anteriores, teve redução
de 88%. Segundo Mantovani, apesar da redução,
ainda há grande resistência no
estado quanto à proteção
da floresta: "O Paraná é
hoje um dos estados mais resistentes por conta
de alguns ruralistas que ainda acham que a
floresta pode ser explorada como há
alguns anos, quando era vista como área
agrícola improdutiva".
Ele afirmou que a mata atlântica,
que abrange 17 estados, é hoje a segunda
floresta mais ameaçada do planeta.
A área original da floresta era superior
a 1 milhão de quilômetros quadrados
e atualmente restam cerca de 90 mil quilômetros
quadrados.
Mário Mantovani disse
que as ações do poder público
não são suficientes para solucionar
o problema da devastação e a
participação da sociedade é
fundamental. "Responsabilidade de meio
ambiente é muito sério para
deixar na mão do governo", comentou.
"Temos que ter uma sociedade cobrando
sua qualidade de bem viver e o governo reconhecendo
e colocando instrumentos para a defesa da
floresta".