26/05/2006
- O projeto de oficinas de proteção
ao conhecimento tradicional e patrimônio
genético, do Museu Paraense Emílio
Goeldi (MPEG), instituição ligada
ao Ministério da Ciência e Tecnologia,
vai debater neste final de semana o acesso
à biodiversidade e seus benefícios
com as comunidades quilombolas, ribeirinhas,
e estudantes do Clube do Pesquisador Mirim.
O acesso ao conhecimento
tradicional gera questionamentos a cada nova
denúncia de apropriação
indevida divulgada na imprensa. Contudo, é
necessário cautela na abordagem do
tema e um amplo debate com todos os agentes
envolvidos. Justamente por isso, o Núcleo
de Proteção ao Conhecimento
do Museu Goeldi propõe a série
de oficinas ao longo do ano.
A próxima atividade
a acontecer durante todo o sábado (27)
e pela manhã de domingo (28), além
de palestras e outras atividades, é
a oficina “Patrimônio material e imaterial:
acesso à biodiversidade e a repartição
de benefícios; Inventário Nacional
de Registro Cultural”, que será realizada
no Centro Comunitário do Barro Alto,
em Salvaterra, na Ilha do Marajó, destinada
às comunidades quilombolas e locais
da região.
Uma equipe do Conselho de
Gestão do Patrimônio Genético,
vinculado ao Ministério do Meio Ambiente,
estará participando da oficina, juntamente
com técnicos do Museu Goeldi e a coordenação
do Núcleo de Propriedade Intelectual
do Centro Universitário do Pará
(Cesupa).
Segundo Antonio Pinheiro,
da organização do evento, a
oficina vai apresentar às comunidades,
meios para preservar a biodiversidade e o
conhecimento obtido por meio dela e, principalmente,
definir quem terá e como terá
o acesso. “É importante que a comunidade
saiba como se relacionar com um pesquisador,
a fim de ocorrer interação e
troca de conhecimentos. Por isso, a oficina
mostra às comunidades locais, por meio
de exemplos, situações e possíveis
soluções”, explica.
Para Pinheiro, o acesso
à biodiversidade e ao conhecimento
dos benefícios podem ocorrer dentro
ou fora da comunidade de origem dessa cultura.
“É preciso, então, que as comunidades
estejam cientes do interesse de pesquisadores
e outros grupos, para dialogar, ter voz neste
debate e, até mesmo, ajudar a fazer
o levantamento do patrimônio material
e imaterial de sua comunidade”, argumenta.
Pesquisador Mirim
Na quinta-feira (dia 1º de junho), o
Núcleo de Proteção ao
Conhecimento discutirá o tema com crianças
e adolescentes de 8 à 16 anos, respectivamente,
estudantes de escolas públicas e privadas
de Belém (PA) e participantes do Clube
do Pesquisador Mirim, do MPEG. Na oficina
os estudantes vão conhecer um pouco
mais sobre biodiversidade, os conhecimentos
tradicionais e as implicações
desta cultura nas pesquisas científicas.
A atividade está programada para acontecer
no auditório Alexandre Rodrigues Ferreira,
no Parque Zoobotânico do Goeldi, às
9h.