26/05/2006
- Brasília - Todos os anos o Brasil
perde cerca de 100 mil hectares de mata atlântica.
Para tentar reverter esse quadro, ambientalistas
e representantes do governo reúnem-se
amanhã (27) em Ilhéus, na Bahia,
no Dia Nacional da Mata Atlântica. A
data também será comemorada
em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O Bioma Mata Atlântica
estendia-se originalmente por um 1,3 milhão
de quilômetros quadrados do território
brasileiro. Hoje, os remanescentes estão
reduzidos a cerca de 8% da cobertura florestal
do país, distribuídos em 225
mil áreas. O Parque Nacional do Iguaçu,
no Paraná, é o maior desses
retalhos da mata atlântica.
Apesar da devastação,
a mata atlântica ainda abriga uma das
mais altas taxas de biodiversidade de todo
o planeta, com cerca de 20 mil espécies
de plantas, sendo oito mil encontradas apenas
nesse tipo de floresta, além de grande
riqueza de mamíferos (264 espécies),
aves (849 espécies), répteis
(197 espécies) e anfíbios (340
espécies).
Segundo a ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, um aspecto importante
para preservação da mata atlântica
seria a aprovação do projeto
de lei que trata do assunto (PL 3285/92) que
tramita no Congresso Nacional há mais
de 14 anos.
"Nessa semana de comemoração
do Dia da Mata Atlântica, queremos mais
uma vez dizer da importância da aprovação
dessa lei. O Ministério do Meio Ambiente,
juntamente com diferentes segmentos da sociedade,
tem trabalhado em torno da aprovação
da lei e por políticas públicas
que preservem a nossa mata atlântica",
disse a ministra.
Ela citou ações
de combate a praticas ilegais, que o Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis) lançou
em março em Curitiba, que já
estão sendo implementadas, e todo o
esforço de criação de
unidades de conservação da mata
atlântica nas áreas remanescentes,
de acordo com as áreas prioritárias
para a proteção do bioma.
Entre outros pontos, o Projeto
de Lei da Mata Atlântica define a abrangência
e os limites do Bioma Mata Atlântica,
estabelece os casos em que poderá haver
uso da floresta para fins de utilidade pública,
interesse social ou particular e os critérios
e requisitos para o parcelamento do solo urbano.
O Ministério do Meio
Ambiente estima que 1,4 milhão de hectares
de mata atlântica tenha sido desmatado
durante os 14 anos de tramitação
do projeto no Congresso Nacional. Cada hectare
corresponde a, aproximadamente, um campo de
futebol.