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MAIS DE MIL PESSOAS PROTESTAM CONTRA A SOJA E A CARGILL EM SANTARÉM


Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2006

21.05.2006 - Santarém (Pará) - Cerca de mil pessoas participaram, na manhã deste domingo, da Marcha Pela Floresta em Pé, em Santarém, em defesa da produção familiar e contra a monocultura de soja, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, Grupo de Trabalho Amazônico, Frente em Defesa da Amazônia e Greenpeace. A marcha ocorre dois dias após produtores rurais e funcionários da Cargill terem agredido ativistas do Greenpeace que faziam um protesto pacífico contra o porto ilegal da multinacional, instalado há três anos na cidade. Quatro ativistas ficaram feridos.

As mais de 30 organizações participantes da marcha prepararam uma carta para ser enviada ao presidente Lula, apontando a contradição existente entre o apoio dado por seu governo ao agronegócio e sua intenção de proteger o meio ambiente. A carta, assinada também por outras ONGs e movimentos sociais de todo o País, solicita recursos para a produção familiar, assentamentos agroextrativistas, implementação das reservas florestais comunitárias e manejo adequado de recursos naturais para geração de renda, na proporção daqueles hoje destinados aos grandes produtores rurais. Na manifestação estiveram presentes ribeirinhos, canoeiros, quilombolas, mulheres, jovens, estudantes, trabalhadores rurais e diversos outros grupos. A soja é hoje uma das causas principais do desmatamento na Amazônia. Cerca de 1,2 milhão de hectare de floresta já foi destruído para o cultivo de grãos de soja. Os produtores de soja também estão envolvidos em atividades ilegais como grilagem de terras e exploração de

trabalho escravo. “A agricultura familiar gera dez vezes mais empregos que as grandes fazendas e ainda cria maior oportunidade de desenvolvimento para as comunidades locais”, disse Tatiana Carvalho, da campanha do Greenpeace na Amazônia. “Além disso, a expansão da soja na região tem gerado vários problemas sociais, como a pressão exercida sobre famílias para deixarem suas terras e o processo de favelização da periferia de Santarém”.

A caminhada começou com a concentração em frente ao Mercadão 2000, local simbólico para as comunidades locais, pois é lá que produtores familiares comercializam sua produção. Estudo recente da ONG Fase aponta que cinco produtos importantes da produção familiar têm tido menos oferta nos mercados de Santarém, com conseqüente alta nos preços.

Após a concentração, às 10h30, a marcha seguiu em direção à entrada do porto ilegal da Cargill, multinacional norte-americana líder na exportação de soja e uma das principais responsáveis pelo desmatamento gerado pela expansão da soja na Floresta Amazônica.

Durante a passeata, as pessoas gritavam: “Cadê a floresta que estava aqui? A soja comeu. Cadê a praia que estava aqui? A soja comeu. Cadê o peixe que estava aqui? A soja comeu. Cadê a biodiversidade que estava aqui? A soja comeu”. Ao chegar à Cargill, aos gritos de “Fora já Cargill, nós somos da Amazônia e defendemos o Brasil”, deram as costas para o porto da empresa.

Depois, foi servido um almoço com produtos cultivados na agricultura familiar como baião de dois, peixe frito, macaxeira cozida, farofa e suco de cupuaçu.

“Queremos paz, progresso e desenvolvimento cultural e político. Queremos combater as afirmações de que essa população é preguiçosa, pois essa gente trabalha de sol a sol. Não vamos aceitar provocações de quem vem de fora”, afirmou Paulo Roberto Spósito Oliveira, o Magnólio, do Projeto Saúde e Alegria, referindo-se às agressões e ofensas praticadas recentemente por produtores rurais, quando um deles chamou moradores de Santarém de “índios preguiçosos”.

“Nós, nativos, estamos nos sentindo agredidos em nossa cultura, etnia e natureza porque forasteiros agridem nossa região, geram lucro para poucos e nós ficamos sem nossa floresta e sem futuro para nosso povo”, disse o padre Edilberto Sena, da Frente de Defesa da Amazônia.

Segundo a Polícia Militar, cerca de 50 produtores de soja tentaram impedir a marcha, com carros e caminhonetes, mas foram impedidos pelos policiais. Cerca de cem homens da Polícia Militar foram destacados para garantir a paz.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
Foto: Greenpeace

 
 
 
 
 
 

 

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