22/05/2006
- A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
assinou nesta segunda-feira (22), durante
comemorações do Dia Internacional
da Biodiversidade, um memorando de entendimento
para que o governo brasileiro integre a Iniciativa
das Dez Nações do Programa Global
sobre Espécies Exóticas Invasoras.
A Iniciativa das Dez Nações
constitui um grupo de países, inicialmente
dois de cada continente, que deverá
coordenar as ações do programa,
cujo objetivo é controlar e prevenir
a invasão de espécies exóticas
nos biomas. O Brasil é o segundo país
a aderir à iniciativa. O primeiro foi
a África do Sul, onde fica a sede do
programa.
Segundo a Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB),
espécie exótica é aquela
que está fora da sua área de
distribuição natural. Ela ameaça
ecossistemas, habitats e espécies nativas.
Estudos revelam que as espécies exóticas
invasoras são a segunda maior causa
de perda de biodiversidade do planeta, causando
aos países problemas não só
ambientais, mas econômicos e sociais.
Ao colonizar novos ambientes,
o homem levou consigo plantas e animais domesticados.
Isso permitiu que algumas espécies
exóticas ganhassem condições
de dispersão muito além de suas
capacidades reais. Benefícios da modernidade,
como o transporte aéreo, deram proporção
ainda maior ao problema.
A publicação
Espécies Exóticas Invasoras:
Situação Brasileira faz um diagnóstico
preliminar do caso no Brasil. Ela traz informações
sobre espécies de insetos, fungos,
ácaros, bactérias, moluscos,
plantas e peixes que afetam águas continentais,
os ambientes marinho e terrestre, os sistemas
de produção e a saúde
humana.
Um caso típico de
espécie exótica invasora é
do mexilhão dourado. O pequeno molusco
que se fixa em qualquer substrato duro é
oriundo da China. Chegou à América
do Sul nas águas de lastro de navios
mercantes. Invadiu a bacia Paraná-Paraguai
e avança sobre as usinas hidrelétricas
brasileiras, em função da ausência
de predadores que controlem a sua população.
Já foi encontrado na foz do rio da
Prata e está presente até no
Pantanal.
Em 2005, as espécies
exóticas invasoras foram tema de um
primeiro simpósio brasileiro que reuniu
especialistas de todas as regiões do
país, além de estrangeiros vindos
da África do Sul, Jamaica, Argentina,
Nova Zelândia, Portugal e Estados Unidos.