29/05/2006 - O Instituto
Ambiental do Paraná (IAP) autuou nesta
sexta-feira (26) em R$ 200 mil a Usina de
Xisto da Petrobras em São Mateus do
Sul, pelo vazamento ocorrido em 15 de abril,
quando 30 mil litros de água com substâncias
derivadas do processo de produção
atingiram o rio Canoas. “O valor da multa
foi definido de acordo com o impacto ambiental
causado e o porte da empresa”, explicou o
secretário do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos e presidente do IAP, Rasca
Rodrigues.
Segundo as amostras coletadas
por técnicos do Instituto, o efluente
líquido despejado continha sulfetos,
fenóis e amônia – substâncias
tóxicas obtidas com o processo de resfriamento
e selagem do xisto.
Relatório apresentado
pelo IAP revela que o rio Canoas teve sua
qualidade de água alterada temporariamente
em um trecho de quase 1,8 mil metros – apresentando
mudança na coloração
da água (aspecto avermelhado), cheiro
forte e bastante espuma. Também foi
constatada a diminuição do nível
de oxigênio na água do rio, que
poderia causar a mortandade das comunidades
aquáticas.
Já o rio Iguaçu
teve alteração em aproximadamente
100 metros abaixo da foz do rio Canoas, que
foi rapidamente dispersada em razão
do grande vazão do rio. “A presença
das substâncias causou a contaminação
da água, alterando suas características
físico-químicas. Porém,
não houve mortandade de peixes, danos
materiais ou à saúde da população
do entorno dos rios”, disse Rasca.
Ele também
destacou que foi confirmado que o vazamento
foi provocado por um ‘escape’ de água
da lagoa de tratamento onde são descartados
os efluentes líquidos do processo de
produção, que posteriormente
atingiu o sistema de drenagem pluvial e as
lagoas de tratamento. “Normalmente este líquido
é direcionado para recirculação
interna e não é despejado em
rios, mas houve o rompimento de um duto que
transporta o conteúdo da lagoa à
unidade de produção e vice-versa”,
finalizou o secretário.