04/06/2006
- O artesanato, manifestação
artística que expressa a essência
de um povo, também está representado
no 2º Salão do Turismo – Roteiros
do Brasil. Afinal, um país tão
valorizado por turistas por sua riqueza cultural,
não pode desprezar esta expressão
popular no maior evento do setor no país.
O visitante que chega ao Pavilhão Verde,
onde está a Vitrine Brasil, tem a oportunidade
de conhecer um pouco do artesanato de cada
uma das 27 Unidades da Federação,
além da possibilidade de comprar objetos
produzidos com matéria-prima característica
de cada região.
No espaço Saber Fazer,
é possível conhecer o processo
de produção de cada objeto.
Artesãos de diversos estados produzem,
na hora, os produtos que estão expostos
e disponíveis para compra nos estandes.
No espaço de Goiás, bonecas
de cabaça com as cores da bandeira
nacional fazem muito sucesso. Sandálias,
bolsas, colares e outros produtos em capim-dourado
– matéria-prima do Tocantis – agradam
muito ao público feminino. Já
no Estado do Amapá, brinquedos de madeira
pau-amarelo e chapéus de tururí
fazem a alegria de todos.
HISTÓRIAS
- Por trás de cada peça de artesanato
existe a história de um brasileiro
que teve a sua vida transformada pela expressão
artística. A venda de um produto, mais
do que uma forma de sustento, resgata a auto-estima
de comunidades isoladas dos grandes centros
brasileiros.
O índio Silvio é
um exemplo. As cestas de tucum (fibra de palmeira
da Amazônia), produzidas por ele, geram
renda para sua comunidade e permite que se
traga de volta a tradição e
cultura da etnia tucano, que estava se perdendo.
A artesã Mirtes Rufino mora em Rondônia
há 18 anos. Ela começou a esculpir
depois de passar por um período de
depressão e solidão. Próximo
à Cachoeira do Teotônio, em Rondônia,
ela conheceu o “Cemitério de Madeiras”
– local onde se deposita restos de árvores
trazidas pelo rio. Em um momento de profunda
melancolia, ela esculpiu com as unhas um jacaré
de madeira.
Atualmente, Mirtes ensina
jovens dependentes químicos, ajuda
instituições de caridade e dedica-se
a esculpir palhaços – forma encontrada
para homenagear um ídolo de sua juventude.
Já a artesã Doralice Horn conta
que aprendeu a fazer bonequinhas de palha
de milho, junto com o marido alemão,
logo depois de se casar. Hoje, após
30 anos de trabalho, conseguiu educar três
filhos com esta atividade. E ressalta: “Meu
trabalho ajudou a fortalecer os laços
de nossa família”.