05/06/2006 - Brasília
- Pesquisadores da Usina Hidrelétrica
de Itaipu conseguiram uma vitória sobre
uma espécie exótica invasora
– o mexilhão dourado originário
da Ásia e que é encontrado no
lago da usina desde 2001, quando se instalou
no encanamento responsável pela refrigeração
das turbinas.
No ano passado, havia 2.400
larvas por metro cúbico, mas até
maio o número havia caído para
1.365, segundo o diretor de Meio Ambiente
Aquático de Itaipu, o veterinário
Domingo Fernandes. Ele informou que para evitar
acidentes na usina os técnicos precisam
limpar todo o sistema periodicamente.
Além de remover os
animais, os pesquisadores decidiram utilizar
produtos químicos, como o hipoclorito
e o gás ozônio, e evitaram que
os moluscos se espalhassem ainda mais pela
região. "A prevenção
é importante, para evitar que o mexilhão
chegue a outros rios, causando problemas na
captação de água para
uso humano e para irrigação,
ou aderindo a jaulas para piscicultura",
disse Fernandes.
O mexilhão dourado
se reproduz rapidamente em água doce
e acaba entupindo os canos de água,
onde forma verdadeiras colônias. A espécie
invasora chegou na água de lastro de
navios estrangeiros e já está
presente em todas as regiões do país,
de acordo com o coordenador de Recursos Genéticos
do Ministério do Meio Ambiente, Lídio
Coradin.
Ele disse considerar impossível
a erradicação do molusco – "o
máximo que se pode fazer é o
controle". E revelou que animais e plantas
vindos de outros países causam um prejuízo
anual superior a R$ 100 bilhões, atacando
lavouras, trazendo doenças e danificando
instalações, como é o
caso do mexilhão asiático.