04/06/2006
- Neste domingo, dia 4, o 2º. Salão
do Turismo – Roteiros do Brasil teve uma das
palestras mais disputadas do evento: “Turismo
na Sociedade do Sonho”, com o conferencista
Rolf Jensen. O dinamarquês, com humor
afiado durante a palestra, definiu como será
o turismo do futuro. Na visão dele,
a palavra de ordem para o turismo do futuro
é a individualização,
ou seja, o turista do futuro não quer
mais opções massificadas, mas
sim, personalizadas. Para ele, é o
fim do turismo massificado.
Essa personalização
deve atender, basicamente, a algumas necessidades
comuns às pessoas: amor e romantismo;
fitness; estética; liberdade; tradição
(Natal e Festas Juninas, por exemplo); luxo,
esotérico/místico/religioso;
e aventura. É claro que, para ter esses
“desejos” atendidos, o turista tem de pagar
por isso. Então, o foco do “Turismo
do Sonho” é para um público
restrito. “Estou, sim, falando das pessoas
que têm condições de pagar
por um produto diferenciado e, que por isso,
custa mais do que os massificados”, esclarece
Jensen.
Em sua visita ao Brasil,
Jensen já observou a perspicácia
de alguns estados para venderem seus produtos.
O exemplo citado pelo conferencista foi a
Bahia. “Andando pelo Salão ganhei uma
fitinha (do senhor do Bonfim) para amarrar
no pulso. Essa fitinha tem toda uma história
que faz diferença: a questão
dos pedidos, de não poder contá-los
até que a fitinha se solte do braço.
Essa é uma história ‘de fé’
que agrega valor ao roteiro turístico”,
exemplificou.
Ou seja, todo produto individualizado
ou exclusivo agrega mais valor no seu preço
final, o que representa mais lucros aos empresários
do setor. “Mas não contratem uma agência
de para fazer um slogan para o seu produto
turístico. A história tem de
ser autêntica e verdadeira. Sobretudo,
você, o dono do negócio, tem
de acreditar nessa história”, disse
à platéia.
Para dar um exemplo prático
sobre o assunto, Jensen citou o setor de Agricultura
Familiar do Salão do Turismo. “Naquela
área há pequenos agricultores
que realmente acreditam no seu produto. Eles
sabem tudo sobre aquele produto, a procedência,
as etapas de produção artesanal,
enumeram até quem são os empregados.
Isso valoriza o produto porque ele não
é industrializado,padronizado. É
um produto autêntico”, diz.
Proposta - Quem assistiu
à palestra pode observar que a proposta
do 2º. Salão do Turismo – Roteiros
do Brasil vem de encontro às diretrizes
de Jensen.
Afinal, o objetivo não é apenas
mostrar ao Brasil novos roteiros para o turismo
doméstico. Mas sim, 87 roteiros turísticos
diferenciados, capacitados para concorrer
no mercado internacional. Mais que isso, todos
esses roteiros agregam as peculiaridades regionais
das regiões com destaque para o artesanato
e a culinária de cada uma delas.
Na Mostra Gastronômica, estão
disponibilizados 54 pratos diferentes de todas
os estados. No primeiro dia, foram comercializadas
5.500 porções. Na Mostra de
Artesanato, das 40 mil peças disponibilizadas,
quase 9 mil foram comercializadas só
na sexta-feira. O evento, que deve atrair
130 mil pessoas até a próxima
terça-feira, é uma iniciativa
do Ministério do Turismo em parceria
com as Secretarias de Estado do Turismo e
empresas do setor.