05/06/2006 - A maior
parte dos países da Europa Ocidental,
com exceção da Alemanha e do
Reino Unido, aumentou suas emissões
de gases de efeito estufa acima das metas
estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto, enquanto
a maior parte dos países de Europa
Oriental tem metas maiores que as suas emissões
atuais. Nesse cenário, se medidas adicionais
não forem estabelecidas, as emissões
podem aumentar até 2012, quando termina
a primeira fase de implementação
do acordo. Estas foram algumas das principais
informações divulgadas hoje
(2/6), na reunião do Fórum Paulista
de Mudanças Climáticas Globais
e de Biodiversidade, na sede da Secretaria
de Estado do Meio Ambiente - SMA, em São
Paulo.
O encontro deu continuidade
aos trabalhos do Fórum, iniciados em
fevereiro de 2005, quando foi criado pelo
Governo de São Paulo, com a participação
de vários especialistas em mudanças
climáticas, como o secretário
estadual do Meio Ambiente, professor José
Goldemberg, a secretária-adjunta, Suani
Teixeira Coelho, e o coordenador geral de
Mudanças Climáticas do Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT), José
Domingos Gonzales Miguez, o secretário-executivo
do Fórum Paulista de Mudanças
Climáticas Globais e de Biodiversidade,
Fábio Feldmann, além de outros
especialistas como Bráulio Pickman
e Roberto Schaeffer, membros do Painel de
Metodologia da Junta Executiva do MDL, e o
professor Luiz Pinguelli Rosa.
Importância
das florestas
De acordo com Feldmann,
o encontro promoveu a atualização
dos participantes do Fórum e aprofundar
os debates em torno das informações
mais recentes, em nível mundial e nacional,
disponíveis sobre o assunto. O secretário
Goldemberg, que tem participado de vários
eventos fora do país referentes ao
tema, revelou-se decepcionado com as últimas
discussões, mas destacou o fato positivo
do início efetivo dos debates em torno
da importância das florestas no contexto
das mudanças climáticas. “Atualmente,
tanto sabe-se destruir as florestas, como
recompô-las. Há muitas críticas
e polêmicas com relação
aos reflorestamentos, mas também muito
desconhecimento, daí a importância
de se discutir esses assuntos”, disse lembrando,
ainda, que os debates produzidos nos encontros
do Fórum Paulista acabam por influir
nas decisões do governo federal.
O coordenador-geral de Mudanças
Climáticas do MCT fez uma apresentação
sobre a situação atual do Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo - MDL, previsto no
Protocolo de Kyoto, que permite a países
industrializados alcançarem suas metas
de redução de emissões
de gases de efeito estufa por meio do financiamento
de projetos “limpos” nos países em
desenvolvimento. De acordo com Miguez, o número
de projetos de MDL no mundo é atualmente
de 655, dos quais 225 são da Índia,
153 do Brasil e 60 da China.
O representante do MCT informou
que o número de projetos de MDL já
aprovados pela Autoridade Nacional Designada
(AND) brasileira, atualmente, é de
72, nas áreas de aterros sanitários,
co-geração de energia elétrica
e suinocultura.
Lembrou, ainda, que o MDL
se baseou em proposta brasileira de 1997,
sendo que o Brasil foi o primeiro país
a estabelecer uma AND, que reúne representantes
de diversos ministérios, e um dos primeiros
a ter uma metodologia de projeto aprovada
pelo Conselho Executivo do MDL. Além
disso foi o país que registrou a primeira
iniciativa de MDL, o do aterro de Nova Gerar.