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FUNAI ANALISA RELATÓRIO DE IMPACTO DE HIDRELÉTRICA EM REGIÃO PRÓXIMA AO XINGU

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2006

05/05/2006 - Brasília – A Fundação Nacional do Índio (Funai) está assessorando juridicamente os indígenas que habitam a região próxima ao Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso. Lideranças da região se reuniram hoje (5) em Brasília com a Funai para decidir questões relacionadas à construção da hidrelétrica Paranatinga 2, que está sendo levantada perto do Parque do Xingu e de Parabubure, terra dos índios Xavante, a 570 quilômetros de Cuiabá.

A Funai, segundo o vice-presidente da Funai, Roberto Lustosa, analisa um relatório sobre o impacto que as obras poderão causar ao meio ambiente e aos moradores da região.

Semana passada, 120 índios de várias etnias que moram perto do local invadiram as obras pedindo a demolição da usina. Depois de um acordo com Lustosa eles se retiraram da usina. Em troca, receberam ajuda da Funai para marcar audiências com o Poder Judiciário, o Ministério Público e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Brasília.

Em maio, o juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, determinou a paralisação da obra. Ele alegou que a usina poderia causar danos fora da reserva e modificar o rio Culune, afluente do Xingu. Lustosa disse que "os índios querem que essa decisão seja mantida e nós da Funai estamos acompanhando esse processo e vendo o que podemos fazer na parte de assistência jurídica".

Segundo ele, os índios desejam que o Ibama passe a conduzir o processo de licenciamento da usina, e não a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), como acontece atualmente. "A entidade ambiental do estado sempre considerou esse empreendimento como sendo estadual, e não levaram em conta a questão das populações indígenas. Nós só fomos consultados quando a obra estava em plena construção, numa fase adiantada do processo, por isso está acontecendo tudo isso".

O vice-presidente da Funai afirmou que somente o estudo do impacto étnico-ambiental da região vai mostrar os possíveis estragos, mas que a obra atravessa diversas comunidades indígenas, podendo mudar a vida dessas populações. "O rio Xingu, do qual o Culuene é afluente, é o maior rio indígena do Brasil. Qualquer obra perto desse rio vai ter alguma repercussão".

Segundo Lustosa, "os índios temem porque o rio Xingu vem sendo agredido não só pela hidrelétrica, mas por agrotóxicos, por empreendimentos agropecuários que não respeitam as matas ciliares e pela pesca predatória."

Indígenas do Xingu vão avaliar mobilização em Brasília contra construção de hidrelétrica

09/06/206 - Brasília – Os cerca de 130 indígenas de várias etnias, do Parque Indígena do Xingu, de Mato Grosso, vieram para Brasília, sob a intermediação da Funai, pra conversar com diversas autoridades, principalmente do Ibama, Ministério do Meio Ambiente, do Ministério Público Federal e o presidente da Câmara, Aldo Rebelo. Hoje (9), uma das lideranças indígenas, Pablo Kamaiúra, afirmou que o grupo vai aguardar a decisão da Justiça sobre o caso e debater com as etnias o próximos passos da mobilização.

Os indígenas são contra a construção da Pequena Central Hidrelétrica Paranatinga 2, que está sendo construída a apenas dois quilômetros da Reserva Ecológica Estadual do rio Culuene. No dia 31 de maio, 300 indígenas de dentro e de fora do Parque Indígena do Xingu ocuparam o trecho do rio Culuene, onde a barragem está sendo construída. Essa construção está sendo feita em local considerado sagrado para esses indígenas, pois lá foi realizado o primeiro Quarup, uma cerimônia que as tribos fazem homenagem a chefes mortos, e é realizada na estação seca. Além disso, os indígenas temem que a hidrelétrica prejudique a reprodução das espécies de peixes, seu principal hábito alimentar.

Após a ocupação da hidrelétrica, os indígenas conseguiram, na justiça local, interditar a obra. Mas essa interdição é provisória, porque cabe recurso contra a decisão e o Tribunal Regional Federal pode modificá-la. De acordo com o indígena do Parque Indígena do Xingu, Pablo Kamaiúra, a mobilização em Brasilia possibilitou audiências no Judiciário, com o deputado petista Eduardo Valverde e com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo.

"Nós viemos na tentativa de buscar essa solução. Mas até agora, na última reunião com o presidente da Câmara, nós não obtivemos a posição concreta da parte dele, ele não nos disse se iria apoiar a paralisação definitiva dessa obra. Nós demos um tempo para a Justiça resolver. Se for aplicado essa justiça ou não, aí o movimento vai tomar uma outra decisão, que a gente não tem aqui agora. Vamos ter que nos reunir depois de todas essas audiências, avaliar os resultados positivos, pra gente tomar uma outra decisão", disse.

Segundo o deputado federal Eduardo Valverde (PT-RO), essa situação gerou um conflito de interesses que precisa ser, de maneira cautelosa, dada uma solução. "São dois interesses que se conflitam: um que é da empresa em gerar energia elétrica com intuito lucrativo, de abastecer o sistema elétrico nacional e com isso oferecer a população energia elétrica mais barata; e o interesse dos povos indígenas, que podem ser afetados com essa construção, que são seus costumes, seus usos, suas tradições e sua base alimentar, que são bem desprotegidos pela Constituição Federal", completa.

Ontem (8), segundo o deputado, a reunião com Aldo não pode trazer grandes avanços para a reivindicação dos povos do Xingu. "O presidente disse ponderadamente que não tem como se posicionar. O que pode ser feito aqui na Câmara é a aceleração da aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas", disse.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Milena Assis e Paula Catarina

 
 
 
 
 
 

 

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