Desde o início do mês já
foram realizadas palestras sobre a importância
do papagaio-do-peito-roxo, a Mata Atlântica
e o Parque Estadual de Jacupiranga, as obras
na BR-116 e o meio ambiente. Houve ainda o
plantio de 50 mudas de árvores nativas
no pátio da Escola Estadual do Bairro
Rio Vermelho e a leitura e reflexão
sobre “Os Dez Mandamentos da Terra” e a “Prece
da Árvore”.
As comemorações continuam até
o dia 9 de junho, com a realização
de visitas monitoradas ao Núcleo Caverna
do Diabo, com caminhadas na mata e atividades
pedagógicas. Mais informações
podem ser obtidas pelos telefones 13-3821.5030
e 3821.1580
Patrimônio da humanidade
Com cerca de 150.000 hectares, o Parque Estadual
de Jacupiranga - PEJ, criado em 1969, abrange
seis municípios do Vale do Ribeira:
Iporanga, Eldorado, Jacupiranga, Cajati, Barra
do Turvo e Cananéia. O PEJ é
patrimônio natural brasileiro, tendo
sido declarado pela UNESCO como Núcleo
da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
e Sítio do Patrimônio Natural
da Humanidade.
Graças à sua variação
de altitudes, desde os 10 m, próximo
ao mar, até 1.310 m, o parque abriga
considerável diversidade de ecossistemas
e importantes espécies da fauna silvestre,
como o papagaio-do-peito-roxo (Amazona vinaceae),
atualmente ameaçado de extinção.
A unidade de conservação liga
florestas entre São Paulo e Paraná
e é cortada pela Rodovia Régis
Bittencourt – BR-116, que constitui o mais
importante eixo de ligação do
Sudeste brasileiro com a região Sul
e os países do Mercosual.
O responsável pelo parque, geólogo
Mário Nunes, ressaltou que o processo
de integração da administração
do PEJ com a população teve
início no ano passado, com a criação
dos Conselhos Consultivos, divididos em três
setores: Núcleo Caverna do Diabo, Núcleo
Cananéia e Núcleo Cedro. “A
população estava carente de
um espaço aberto para discutir a questão
da ocupação do parque, estimada
atualmente em mais de 2.000 famílias”,
explicou. Nunes ressaltou que a área
irá passar por um processo de alteração
dos limites e a discussão com as comunidades
é essencial para diminuir os conflitos.
Segundo o pesquisador científico do
PEJ, Ocimar Bim, as atividades de Educação
Ambiental, envolvendo as escolas da região,
deverá se estender por todo o ano.
Para isso, “estamos revitalizando o Núcleo
Cedro, que até então era apenas
uma base de fiscalização”. Bim
lembrou que o núcleo possui estrutura
para receber pesquisadores e possui duas trilhas
preparadas para as atividades de estudo do
meio e interpretação ambiental.