Uma coletânea
de ensaios de renomados especialistas apresenta
as principais teorias, metodologias e experiências
em biologia da conservação
Rio de Janeiro, 08 de junho
de 2006 — Há anos a comunidade científica,
governos e entidades ambientalistas não-governamentais
vêm alertando sobre a perda da diversidade
biológica em todo o mundo, particularmente
nas regiões tropicais. A degradação
ambiental tem raízes no estilo de vida
do homem contemporâneo e a situação
agrava-se com o crescimento explosivo da população,
o consumismo e a distribuição
desigual da riqueza. Até quando os
ecossistemas do planeta suportarão
a ação predatória do
homem? É possível reverter esse
processo de degradação ambiental
e social? O que o futuro nos reserva caso
sejam mantidos os atuais padrões de
produção e consumo? Essas são
algumas das questões abordadas no livro
“Biologia da Conservação: Essências”,
que será lançado amanhã,
às 17 horas, no Rio de Janeiro.
A publicação,
uma iniciativa do Instituto Biomas e do Departamento
de Ecologia da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (UERJ), traz uma síntese
da recente literatura nacional e estrangeira
sobre temas relevantes no campo da conservação
da biodiversidade. “A obra foi organizada
com linguagem acessível, de fácil
compreensão para alunos de graduação,
pós-graduação e gestores
de áreas protegidas. Apresenta, assim,
uma importante contribuição
para melhor orientar os projetos de conservação
no Brasil, sejam eles governamentais, não-governamentais
ou privados”, afirma a co-editora Maria Alice
Alves, professora do Departamento de Ecologia
da UERJ.
Em 582 páginas e
24 artigos, o livro revela a experiência
e o conhecimento de renomados pesquisadores
comprometidos com a produção
científica. Os textos trazem as mais
recentes teorias e metodologias e ilustram
experiências importantes do contexto
brasileiro. Abordam temáticas diversas
e complementares, como mudança climática,
biogeografia, fragmentação florestal,
declínio de espécies, manejo
de fauna silvestre, utilização
de técnicas genéticas, definição
de prioridades para conservação
e educação ambiental.
“Publicações
como essa são essenciais para disseminar
trabalhos e ciência de qualidade em
favor da conservação da biodiversidade
no Brasil”, comenta Luiz Paulo Pinto, diretor
do Programa Mata Atlântica da ONG Conservação
Internacional. A organização
participou do projeto com apoio financeiro
e científico. Oito cientistas do quadro
técnico da ONG são autores de
cinco capítulos do livro.
Segundo Helena G. Bergallo
professora da UERJ e também co-editora
da obra, o objetivo da publicação
é fornecer subsídios sobre os
diferentes tópicos da biologia e ecologia
da conservação, com ênfase
nos ecossistemas brasileiros e nos problemas
de conservação a eles associados.
“Neste sentido, trata-se de um material de
consulta bastante útil na elaboração
de projetos de conservação relacionados
a comitês de bacias hidrográficas,
implantação de corredores ecológicos
e de programas de recuperação
ambiental, por exemplo”.