Brasília -
Hoje (7), durante a cerimônia de assinatura
da portaria que cria um grupo de trabalho
interministerial sobre alimentos orgânicos,
a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
criticou a ação do Movimento
de Libertação dos Sem Terra
no Congresso. "Sou solidária a
visão dos que lamentam o episódio
que aconteceu ontem", disse a ministra.
Marina Silva citou a 8ª Conferência
das Partes, realizada em Curitiba, como exemplo
de um evento que reuniu pessoas com idéias
contrárias, mas que defenderam seus
propósitos democraticamente.
"Tínhamos ali
[na conferência] cerca de cinco a sete
mil pessoas da Via Campesina presentes. Durante
mais de 20 dias, essas pessoas ficaram em
Curitiba, fizeram várias manifestações,
inclusive eu fui recebida por elas em um ato
público numa praça e, graças
a Deus, não tivemos nenhum episódio
de qualquer forma de violência",
afirmou Marina. "Quero fazer esse registro
para que a gente não tenha a prática
de sempre generalizar as coisas. É
aquela história, os maus políticos
servem para generalizar a todos, mas os bons
políticos não servem."
O Movimento de Libertação
dos Sem Terra (MLST) é o mesmo que
no ano passado realizou uma manifestação
no Ministério da Fazenda para exigir
o desbloqueio de R$ 2 bilhões do orçamento
da reforma agrária. O movimento surgiu
em agosto de 1997 e é formado por militantes
de esquerda e por ex-lideranças do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST). Atualmente, o MLST é organizado
principalmente no estado de Pernambuco, e
tem representantes em Goiás, Minas
Gerais, São Paulo e Maranhão.
07/06/2006