09/06/2006 - Brasília
– A Operação Novo Empate, desencadeada
hoje (9) pela Polícia Federal e Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), é
a nona ação ostensiva de combate
aos crimes ambientais, segundo a ministra
Marina Silva. "Essa é a nona operação.
A primeira foi a Setembro Negro [realizada
em Rondônia no ano de 2003], que deu
origem a um novo modo de combate aos crimes
ambientais e as ilegalidades na Amazônia",
explicou.
"Fazemos primeiro um
trabalho de inteligência e investigação,
Ibama e Polícia Federal, cada um dentro
das suas competências e a partir daí,
de fato, temos desconstituído quadrilhas
que funcionavam há décadas e
outras que foram se organizando e criando
novas práticas", disse.
As operações
realizadas até agora são: Setembro
Negro (Rondônia, 2003), Curupira 1 e
2 (Mato Grosso e Rondônia, 2005), Ouro
Verde (Pará, Rondônia, Mato Grosso,
Tocantins, Goiás, Maranhã, Rio
Grande do Norte, 2005), Rio Pardo (Mato Grosso,
2005), Terra Limpa (Rondônia, 2005),
Trinca Ferro (São Paulo, Minas Gerais,
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande
do Norte, 2005), e Terra do Meio (Pará,
2006). Foram presas 236 pessoas envolvidas,
sendo 75 servidores públicos e 161
empresários, madeireiros, despachantes
e contadores.
Polícia Federal prende 33 pessoas acusadas
de desmatamento ilegal na Amazônia
09/06/2006 - Brasília
- A Polícia Federal prendeu 33 pessoas
acusadas de participar de um esquema que promovia
o desmatamento e a exploração
ilegal de madeira da Amazônia. As prisões
fazem parte da Operação Novo
Empate, iniciada hoje (9), com o objetivo
de desarticular uma quadrilha formada por
empresários do ramo madeireiro e lobistas
que atuavam nos estados do Acre e Rondônia.
O esquema contava ainda com a participação
de servidores do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e do Instituto de Meio Ambiente do
Acre (Imac).
De acordo com as investigações,
desenvolvidas conjuntamente entre PF e Ibama,
o grupo criminoso fazia a extração
ilegal de madeira e obtinha lucro fraudando
o sistema de controle de Autorização
para Transporte de Produtos Florestais (ATPF).
A quadrilha utilizava empresas "fantasmas"
e também empresas legalmente estabelecidas
para obtenção das ATPFs. Posteriormente,
segundo a PF, "esquentavam" o estoque
de madeira dos estados do Acre e Rondônia.
Segundo as investigações,
um mesmo intermediário chegou a retirar
7.540 ATPFs no Ibama do Acre no ano de 2004,
o que representa quase 50% de todas as autorizações
emitidas no estado naquele ano, que foi de
15.812 ATPFs. A Operação Novo
Empate faz parte do Plano de Prevenção
e Controle do Desmatamento da Amazônia
que já realizou, desde 2003, oito operações
para desmonte de quadrilhas especializadas
em crimes ambientais e grilagem de terras
públicas.
Como resultado das investigações
da Operação Novo Empate, foram
expedidos 34 mandados de prisão. Do
total, 24 são do Acre, um no Mato Grosso,
oito em Rondônia e um no Amazonas. Foram
emitidos ainda, 74 mandados de busca e apreensão
nos estados do Acre, Amazonas, São
Paulo, Rondônia e Mato Grosso. Os envolvidas
no esquema responderão por crimes como
o de formação de quadrilha,
falsificação de ATPF e estelionato.
Operação
da PF contra desmatamento faz referência
à luta de Chico Mendes
09/06/2006 - Brasília
– A Operação Novo Empate, desencadeada
hoje (9) pela Polícia Federal e Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), desarticulou
uma quadrilha que promovia o desmatamento
e a exploração ilegal de madeira
da Amazônia. O nome da operação
faz referência à luta histórica
do sindicalista Chico Mendes, que morreu assassinado
em dezembro de 1988, no Acre. Sua vida foi
marcada pela defesa do meio-ambiente e dos
povos da floresta.
O "empate" era
a forma de luta dos seringueiros para impedir
o desmatamento da floresta. A ação,
que teve sua primeira organização
em 1976, reunia homens, mulheres e até
crianças para "convencer"
os peões que trabalhavam para os fazendeiros
a não desmatar a floresta, porque isso
causaria impacto na vida dos trabalhadores.
Em troca, ofereciam a eles a associação
no trabalho dos seringais.
Para a ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, a atual operação
da Polícia Federal é mais um
aviso de que o governo federal não
deixará impune as pessoas que destroem
a natureza e significa também uma referência
histórica à luta do seringueiro
Chico Mendes. "Ela dá margem a
toda a luta e o esforço do Chico Mendes
e das populações regionais da
Amazônia no Acre que começaram
a prática dos empates colocando seus
próprios corpos em defesa da floresta
para evitar às derrubadas. O nome [da
operação] está ligado
a essa luta, mas só que agora um empate
de novo tipo", afirmou.
"Agora, são
as instituições públicas,
a Polícia Federal, o Ibama, o Ministério
Público, enfim, os mecanismos de combate
à contravenção que estão
fazendo empate das práticas ilegais",
completou Marina Silva.