São Luís
(05/06/06) - A Superintendência do Ibama
no Maranhão realizou na última
sexta (2) seminário comemorativo dos
25 anos do Parque Nacional dos Lençóis
Maranhenses. O evento, realizado no auditório
do Sebrae em Barreirinhas, foi marcado por
quatro palestras, além da exposição
das atividades do órgão no PARNA
como o monitoramento de encalhes de mamíferos
aquáticos, as medidas de ordenamento
da visitação turística
e o planejamento para a unidade em 2006.
A superintendente estadual do Ibama, Marluze
Pastor Santos, falou sobre o tema “Gestão
Ambiental e Unidades de Conservação
no Maranhão”. O professor da UFMA,
Antonio Carlos Leal, apresentou uma avaliação
ambiental do Parque Nacional. Representando
o Departamento de Geociências da UFMA,
Cláudio Eduardo de Castro tratou do
tema “Ecoturismo em Unidades de Conservação
e Monitoramento de Impactos”. Por fim, Georgiana
Carvalho, da Associação Agroecológica
Tijupá, analisou a questão da
“Agroecologia como Proposta Sócio-Ambiental
para a região dos Lençóis
Maranhenses”.
Histórico - Criado no dia 2 de junho
de 1981, o PARNA dos Lençóis
Maranhenses é uma unidade de conservação
federal administrada pelo Ibama. Ao todo são
155 mil hectares de área, abrangendo
os municípios de Barreirinhas, Primeira
Cruz e Santo Amaro. A imagem mais comum da
região é representada pelo maior
campo de dunas costeiras das Américas,
onde se formam lagoas de água doce
no período chuvoso. As mais famosas
são as lagoas Azul, Bonita, do Peixe
e da Esperança. Além deste ambiente,
o parque apresenta áreas de restinga,
mangue e uma faixa marinho-costeira.
No parque existem muitas espécies de
plantas e animais que só ocorrem nessa
região, por isso chamadas espécies
endêmicas. Também há uma
grande diversidade de répteis e anfíbios,
além das aves, com destaque para algumas
espécies migratórias. A zona
de restinga concentra a maior biodiversidade
do parque. Os manguezais ocorrem na parte
oeste e são outro ecossistema essencial
para a diversidade da fauna marinha.
A zona litorânea possui
um quilômetro de faixa a partir da praia
e se estende por cerca de 70km. O Lago de
Santo Amaro é o maior corpo d´água
do parque. No centro da unidade existe a zona
primitiva, com as ilhas de vegetação
de Queimada dos Britos e Baixa Grande, “oásis”
que estão na área mais restritiva
do parque e que têm alta importância
ecológica. Por isso é proibido
o acesso de veículos.
A visitação pública no
parque é regulamentada pelo Plano de
Manejo, por meio do zoneamento e das normas
de uso da área que permitem o desenvolvimento
de atividades de ecoturismo, envolvendo integração
com a natureza, caminhadas e contemplação.
Os parques nacionais são áreas
de grande beleza cênica e importância
ecológica, especialmente protegidas
por lei, tendo como objetivo principal a conservação
dos ecossistemas naturais. Neles são
permitidas apenas atividades de pesquisa científica,
educação ambiental e ecoturismo.
Segundo as normas de visitação,
não é permitido o trânsito
de qualquer tipo de veículo motorizado
nas dunas e os veículos devem parar
em locais indicados. Os visitantes prosseguem
o percurso caminhando e algumas dunas são
bastante íngremes, o que exige um bom
preparo físico. A capacidade total
de cada veículo é de 10 turistas,
além do motorista e do condutor. É
proibido o consumo de bebida alcoólica
dentro do parque, bem como a realização
de fogueiras ou churrascos na área.
Também é proibido o uso de equipamentos
de som ambiente.
Todo o lixo deve ser recolhido
pelos visitantes e condutores ao saírem.
Filmagens e fotografias são permitidas
para uso pessoal, mas, para fins comerciais
ou de divulgação, devem ser
autorizadas previamente pelo Ibama, assim
como para a realização de pesquisas
na área do parque ou mesmo de projetos
que envolvam as comunidades dentro de seus
limites.