08/06/2006 - Pesquisa
de opinião realizada pelo Instituto
de Estudos da Religião (Iser) com os
participantes da II Conferência Nacional
do Meio Ambiente revela que o desmatamento
é considerado um dos principais problemas
ambientais do País com 28% das respostas
expontâneas dos entrevistados. Em seguida
aparecem como problemas nacionais os recursos
hídricos (13%) e a falta de informação
sobre o meio ambiente e educação
ambiental (11%). Já em uma lista fechada,
os delegados apontaram como problemas considerados
mais graves, saneamento (58%), desmatamento
na Amazônia (38%) e queimadas (31%).
Ainda segundo o estudo,
entre as políticas ambientais consideradas
prioritárias pelos delegados entrevistados
no encontro estão o combate ao desmatamento
na Amazônia (37%), a proteção
e o uso sustentável da biodiversidade
(32%), a revitalização das bacias
hidrográficas (32%) e a promoção
do desenvolvimento local sustentável
(31%). Dados que demonstram uma sintonia entre
a política ambiental desenvolvida pelo
governo federal e os problemas que os participantes
identificaram como graves, uma vez que os
itens citados pelos entrevistados estão
entre as principais políticas desenvolvidas
pelo MMA nos últimos três anos
e meio.
A pesquisa, divulgada nesta
quinta-feira (8), em evento no auditório
do Ministério da Cultura, foi encomendada
pela Secretaria de Políticas para o
Desenvolvimento Sustentável (SDS) do
Ministério do Meio Ambiente. Ela foi
realizada em Brasília, durante a II
CNMA, em dezembro de 2005. Na ocasião
foram entrevistados 1.141 delegados da conferência,
o que equivale a 86% dos 1.337 delegados presentes
ao encontro. O evento aconteceu dentro da
programação da Semana do Meio
Ambiente e contou com as presenças
da ministra Marina Silva e do ministro-chefe
da Secretaria Geral da República, Luiz
Dulci. Na ocasião também foi
lançado o Caderno de Deliberações
da II Conferência.
De acordo com a ministra,
a realização da pesquisa é
uma atitude muito corajosa. "Quando a
gente pergunta aos seus o que estão
achando daquilo que estamos fazendo é
uma atitude muito corajosa. Perguntar para
os nossos o que acham da gente é muito
bom", disse Marina.
A pesquisa mostra ainda
que o maior acerto da política ambiental,
segundo os entrevistados, é a abertura
para a participação popular
nas políticas públicas, a qual
foi citada por 21% dos que responderam esse
item. Em seguida, temos a realização
da Conferência Nacional do Meio Ambiente
(18%) e o combate ao desmatamento e queimadas
(10%). Entre os itens citados como erros estão
a falta de priorização, compromisso
ou apoio do governo federal a questões
regionais (33%), a transposição
do rio São Francisco (12%) e a falta
de investimentos e baixa destinação
do orçamento para o MMA (12%).
O ministro Luiz Dulci destacou
a importância da participação
popular e da divulgação dos
resultados das conferências como forma
de dar transparência às ações
de governo. "Se esse governo tem conquistas
importantes, a participação
popular, seguramente, é uma delas",
afirmou.
Na avaliação
do secretário de Políticas para
o Desenvolvimento Sustentável, Gilney
Viana, "este resultado sinaliza para
um reconhecimento, por parte das lideranças
ambientalistas, das ações governamentais
que estão sendo empreendidas no sentido
de minimizar grandes danos aos nossos recursos
naturais".
Outro dado importante verificado
na pesquisa é que grande parte dos
delegados (63%) conheciam pelo menos uma ação
da política ambiental do governo que
está sendo executada na esfera municipal.
Os programas mais conhecidos entre os entrevistados
são: educação/gestão
ambiental (26%), Agenda 21 (24%) e controle
de resíduos sólidos (12%). Entre
os programas considerados com melhor desempenho
pelos entrevistados aparecem o Educação
Ambiental (40%), Agenda 21 (35%) e Corredores
Ecológicos (27%).
Sobre a CNMA
Em 2003, pela primeira vez
na história do Brasil, foi convocada
uma Conferência Nacional de Meio Ambiente
que trouxe a proposta de colocar governo e
sociedade na mesma mesa de debate sobre a
política ambiental brasileira. O evento
reuniu representantes dos movimentos sociais
e ONGs, do setor empresarial e do setor governamental,
garantindo a participação social.
Já na II Conferência
Nacional do Meio Ambiente, em dezembro de
2005, o governo consolidou esse espaço
de debate. Cerca de 86 mil pessoas participaram
das conferências municipais, regionais
e estaduais. Foram quatro dias de discussões
onde 1337 delegados de todo país aprovaram
cerca de 800 deliberações.