08/06/2006 - Brasília
– Pesquisa que vai ser divulgada nesta tarde
pelo Ministério do Meio Ambiente revela
o perfil das pessoas que participam do debate
ambiental no país e a avaliação
que elas fazem sobre as políticas públicas.
O levantamento foi feito durante a 2ª
Conferência Nacional de Meio Ambiente,
em dezembro do ano passado.
Em entrevista à Rádio
Nacional, o coordenador-geral da conferência,
Pedro Ivo Batista, disse que a pesquisa mostra
uma diversificação significativa
do público da conferência. "A
questão ambiental é hoje uma
preocupação da sociedade",
afirmou. "Antes não havia no Brasil
a idéia de incorporar as pessoas às
políticas públicas e fazer com
que haja maior participação
e controle social".
Segundo Batista, a segunda
edição do evento teve a preocupação
de dar representatividade a um número
maior de segmentos da sociedade. Intitulada
Avaliação da Política
Ambiental pelos participantes da 2ª Conferência
Nacional do Meio Ambiente, a pesquisa revela
que 70,9% não são especialistas
na área, exercendo as mais diversas
atividades, como pedagogia, medicina e sociologia.
Essa abertura para outros
setores, de acordo com o coordenador-geral,
foi questionada pelos ambientalistas pelo
risco de provocar uma queda na qualidade do
debate, o que motivou a realização
da pesquisa. Apesar de a maioria dos participantes
não ser especialista, a pesquisa identificou
que mais da metade (65,1%) atua na área
socioambiental no mínimo há
cinco anos, sendo 43,7% há mais de
uma década.
"Não queremos
uma conferencia que seja só nós
com nós. Não é um debate
só de ambientalistas. A questão
ambiental é hoje uma preocupação
da sociedade", disse Batista. "As
ONGs [organizações não
governamentais] ambientalistas, que fundaram
o ambientalismo no Brasil, foram e são
muito importantes para formar opinião,
para defender a questão ambiental,
mas hoje há uma mudança de qualidade
nesse processo", acrescentou.
De acordo com o levantamento,
62% dos participantes exercem atividades de
educação ambiental. "A
educação é a base de
tudo. Se os educadores não estão
conscientes, não vamos avançar.
Então, isso é um dado que nós
consideramos bastante promissor, bastante
animador", disse o coordenador-geral
da conferência, Pedro Ivo Batista, em
entrevista à Rádio Nacional.
A pesquisa também
identificou que 62% dos participantes são
homens; 60% têm entre 35 e 54 anos;
67%, nível superior completo; e 13%,
nível superior incompleto. Foram entrevistados
1.144 delegados dos 1.337 presentes. Destes,
16,7% eram do Centro-Oeste, 21,59% do Sudeste,
18,62% do Norte, 29,46% do Nordeste e 13,64%
do Sul.