Segundo o arquiteto, "todas as árvores
foram mantidas, com várias delas ultrapassando
o piso, sendo que algumas mudas foram replantadas
e as espécies vegetais de maior importância
estão identificadas".
Luiz Mauro Barbosa, diretor geral do Instituto
de Botânica, órgão da
Secretaria do Meio Ambiente do Estado, que
administra o Jardim Botânico, saudou
os presentes salientando que a concepção
da trilha é o resultado de um trabalho
de pesquisa do corpo técnico, que efetuou
a documentação da diversidade
e da riqueza natural e cultural da área.
Segundo disse, a preocupação
que caracterizou o projeto foi a de “unir
lazer e educação ambiental,
por meio de atrativos pontuais que lhe dêem
'cara de parque'". Citou como exemplo
o Jardim dos Sentidos, inaugurado em 2003,
local repleto de plantas aromáticas
e frutíferas, escolhidas para compor
o espaço adaptado para pessoas portadoras
de deficiências visuais e físicas.
Segundo Barbosa, "o grande mérito
dessa trilha, localizada a menos de 20 minutos
da Avenida Paulista, é colocar a Mata
Atlântica à disposição
de qualquer pessoa dentro de uma grande metrópole
como São Paulo".
Para o diretor do Jardim Botânico de
São Paulo, Dácio Roberto Matheus,
a iniciativa representa a "entrega da
nascente do Riacho do Ipiranga à população,
permitindo que o visitante tenha acesso a
um importante ponto histórico, remetendo
ao palco onde se deu a declaração
da independência do Brasil”. Para Matheus,
a inauguração tem, também,
importância do ponto de vista ambiental,
pois permite conhecer um dos últimos
remanescentes de Mata Atlântica bem
preservado na Região Metropolitana
de São Paulo.
Outro aspecto relevante, segundo Matheus,
diz repeito à inclusão social.
"Trata-se da primeira trilha projetada
e construída no país obedecendo
as normas de acessibilidade da ABNT - Associação
Brasileira de Normas Técnicas, permitindo
o acesso a pessoas portadoras de deficiências
e de mobilidade reduzida". Para isso,
a direção do Jardim Botânico
providenciou, também, a aquisição
de um veículo elétrico que estará
disponível na portaria para uso desses
visitantes.
Além disso, o caminho que leva o público
até o início da trilha elevada
foi pavimentado com solo-cimento, uma tecnologia
que usa terra do local adicionada a cimento
e garante suas características rústicas
de textura e cor.
Completando as ações, foi providenciada
a reforma das calçadas da Avenida Miguel
Estéfano, que ganharam gramados e jardins
em grande parte de sua extensão.