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MAPAS AMBIENTAIS PRESERVAM ÁGUAS DAS BAÍAS DO MARAJÓ E GUAJARÁ

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2006

Monitoramento de derrames de óleo afeta abastecimento de água para Belém, afirma pesquisa premiada nacionalmente

13/06/2006 - Várzeas e rios são ambientes muito sensíveis à poluição. Suas águas são menos movimentadas por marés, o que faz com que eles se tornem acumuladores naturais de resíduos poluentes como o óleo e derivados. Na foz do rio Amazonas, região marcada por grande movimento de navios que transportam combustíveis, o risco potencial de acidentes vai além do possível impacto sobre o ambiente natural. Ele é agravado pelo uso das águas por populações ribeirinhas locais e também por grandes cidades como Belém do Pará, cuja região é coalhada por portos de embarque e desembarque de combustíveis.

"Um derrame de grandes proporções pode causar grande impacto. As peculiaridades hidrodinâmicas e sedimentológicas podem trazer grandes dificuldades para a limpeza. Dependendo da quantidade de óleo e das condições de maré, o sistema de captação de água que abastece os lagos Bolonha e Água Preta pode ser atingido, trazendo sérios problemas ao abastecimento da cidade de Belém", avalia o geólogo Amilcar Mendes, pesquisador do Programa de Estudos Costeiros da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia (CCTE) do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), instituição vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Geomorfólogo, Mendes é um dos pesquisadores do projeto tecnológico desenvolvido pela Transpetro Mapas de sensibilidade ambiental costeira a derramamento de óleo de áreas de influência dos terminais da Transpetro na região Norte do País, que em 2005 recebeu o prêmio Cenpes de Excelência em Resultados.

Concedido pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), com recursos do Fundo Setorial do Petróleo e Gás Natural (CT-Petro), o prêmio foi um reconhecimento ao esforço inédito que consolidou uma metodologia própria para mapeamento digital da sensibilidade ambiental de áreas costeiras amazônicas, a partir de estudos de impactos do óleo no Pará, nas baías do Guajará e Marajó, com ajuda de imagens de satélite.

Quebra-cabeça - O grande desafio do estudo foi lidar com as peculiaridades da região amazônica, onde os regimes de marés exigiram entendimento de pelo menos 64 cenários possíveis para potenciais riscos de acidentes com petróleo e derivados. Um exemplo: com a constante variação dos níveis das águas da região, as áreas de manguezais inundados – as mais sensíveis aos derramamentos de óleo -, podem chegar a faixas variáveis de até 30 quilômetros de largura. Já as zonas de estuários podem se estender, em períodos de estiagem, por mais de 80 quilômetros continente adentro.

"A nova metodologia foi adaptada a partir da desenvolvida pela National Oceanic and Atmosphereic Administration (NOAA) para a formulação de mapas de sensibilidade ao derrame de óleo. Consiste em atribuir índices de sensibilidade ambiental aos ambientes em um intervalo de zero a dez, de acordo com características morfológicas, biológicas, socioeconômicas e sedimentológicas. Como a metodologia da NOAA não poderia ser aplicada para os ecossistemas costeiros amazônicos, havia necessidades de adaptações, principalmente pelas peculiaridades do regime hidrodinâmico de inundação e seca e pelas marés", esclarece Amilcar Mendes, lembrando a origem do projeto, que foi desenvolvido entre 2001 a 2003, em uma grande parceria da comunidade científica regional.

"Como realiza atividades de elevado risco potencial de poluição, a Petrobras investe na elaboração de mapas de sensibilidade ambiental ao derrame de óleo em suas áreas de atuação. Coube aos pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Programa de Estudos Costeiros do Museu Paraense Emílio Goeldi, elaborar mapas das áreas onde houvesse transporte e armazenamento da Transpetro no Pará, o que, no caso do Pará, corresponde à Baía de Guajará e rio Pará. Em 2002, com o lançamento de editais da CT-Petro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT), a mesma equipe acabou também se integrando à Rede Petrorisco, que faz monitoramento ambiental de áreas de risco de derrames de petróleo e derivados".

Além do geólogo Amilcar Mendes, o estudo envolveu diversos outros estudiosos, entre eles Maria Thereza Prost, doutora em Geografia Física e pesquisadora em Geomorfologia e Geografia dos Trópicos Úmidos, Clea Araújo da Silva, e os colaboradores, Catherine Prost e Felipe Diniz, todos vinculados ao Museu Goeldi. O trabalho também contou com contribuições de Rosália Cutrim, do Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Norte (Cepnor– Ibama) e Pedro Walfir, geólogo da UFPA, coordenador do Laboratório de Análises de Imagens do Trópico Úmido (Lait), responsável pela produção dos mapas de sensibilidade no âmbito do projeto Piatam mar - Potenciais Impactos Ambientais do Transporte de Petróleo e Derivados na Zona Costeira Amazônica.

Rede multidisciplinar e interinstitucional de pesquisadores mantida com apoio do Cenpes, por meio de recursos financeiros e tecnológicos do Programa Tecnológico de Meio Ambiente da Petrobras (Proamb), o Piatam mar reúne dados para o apoio à gestão ambiental e à definição de ações preventivas frente ao potencial de risco de acidentes com o transporte de óleo e derivados na costa norte. Além de ajudar a criar mapas de sensibilidade ambiental ao derrame de óleo nas áreas de terminais de abastecimento de óleo e derivados e em reservas ambientais situadas nas áreas de influência desse portos, os dados coletados pelo estudo irão alimentar diretamente o banco de dados da rede de pesquisa Petrorisco e também do projeto Piatam mar. A próxima etapa do estudo prevê o estabelecimento de modelos de dispersão de poluentes na Baía de Guajará.

"A própria existência de um projeto da magnitude do Piatam mar evidencia a preocupação com os riscos decorrentes de acidentes com derivados de petróleo na costa amazônica. As cartas de sensibilidade ambiental são hoje, sem dúvida, um poderoso instrumento para identificação de áreas sensíveis e estabelecimento de prioridades de proteção e estratégias de resposta. Isto pode reduzir, muito, os possíveis impactos ambientais dos derramamentos e facilitar a limpeza dos ecossistemas afetados", conclui Mendes. (Lázaro Magalhães - Comunicação Piatam mar e ACS Museu Goeldi).

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 
 
 

 

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