16/06/2006 - O secretário-executivo
do Ministério do Meio Ambiente, Claudio
Langone, afirmou que, nos últimos três
anos e meio, o Brasil avançou de forma
expressiva para combater o processo de desertificação,
passando o tema, inclusive, a integrar a política
de governo. "Somente uma política
de desenvolvimento mais integrado pode reverter
a situação das populações
brasileiras que vivem em áreas de risco",
disse. O secretário participou nesta
sexta-feira (16), em Brasília, da solenidade
comemorativa ao Dia Mundial de Combate à
Desertificação (17 de junho).
Na ocasião foram lançados produtos
filatélicos (selos, carimbos e cartão
postal personalizados) relativos à
data e uma cartilha explicativa sobre o Programa
de Ação Nacional de Combate
à Desertificação e Mitigação
dos Efeitos da Seca (PAN-Brasil).
Claudio Langone informou
que o Brasil hoje tem um papel de destaque
no processo de implementação
Convenção das Nações
Unidas de Combate à Desertificação
(CCD), bem como de outras duas convenções
das Nações Unidas (Diversidade
Biológica e a de Mudanças Climáticas).
"Estamos recuperando, de 2003 para cá,
espaço no plano internacional fazendo
com que hoje o processo de elaboração
do plano brasileiro (PAN-Brasil) e a estratégia
de produção dos relatórios
de acompanhamento sejam usados pelas Nações
Unidas como modelo para outros países",
observou.
De acordo com Claudio Langone,
os avanços alcançados pelo Brasil
contra a desertificação são
hoje reconhecidos pela sociedade brasileira
e pela comunidade internacional. "O país
deu passos importantes em relação
à implementação dessa
agenda". O secretário informou
que para combater a desertificação
no Brasil, o governo desenvolve políticas
de geração de renda, de suprimentos
básicos, bem como programas estratégicos
voltados para a preservação
ambiental das florestas nativas. "O desmatamento
e o mau uso do solo são os principais
vetores que provocam o processo de desertificação
no semi-árido brasileiro", destacou
Claudio Langone.
O secretário explicou
que no semi-árido a desertificação
abrange uma área bastante importante
do Brasil. "À medida que se agrava
esse processo, nós vamos perdendo essas
áreas para a utilização
produtiva porque agrava o processo de pobreza
e de exclusão social". Ele lembrou
que em todo o mundo, as regiões mais
suscetíveis à desertificação
são ocupadas por populações
de baixa ou baixíssima renda. "Precisamos
sempre combinar estratégia de combate
à desertificação com
políticas de desenvolvimento econômico,
inclusão social e preservação
ambiental", ressaltou.
O secretário de Recursos
Hídricos do MMA, João Bosco
Senra, destacou que o trabalho de combate
à desertificação e a
pobreza no Brasil tem sido muito rico, envolvendo
e integrando outros ministérios, sociedade,
estados, parlamento, cooperação
alemã (GTZ), no processo de implementação
do plano nacional de combate à desertificação.
"Trabalhamos sob uma perspectiva inovadora
num processo de sinergia e de transversalidade
entre as convenções", disse
João Bosco.
A diretora-geral da Agência
de Cooperação Alemã (GTZ)
no Brasil, Doris Thurau, elogiou o esforço
do governo brasileiro para reduzir os impactos
sociais e econômicos em áreas
afetadas pela desertificação.
"O problema da desertificação
é um desafio global e o Brasil, especialmente
o Ministério do Meio Ambiente, avançou
nos últimos três anos para combater
esse processo", afirmou.
O Brasil possui as
áreas suscetíveis à desertificação
mais densamente povoadas do mundo. Numa área
correspondente a 15,7% do território
nacional, englobando 32 milhões de
pessoas, está quase 20% do total da
população brasileira. As áreas
ameaçadas envolvem os nove estados
nordestinos, o norte de Minas Gerais e uma
parte de Espírito Santo.