Curitiba (20/06/06) - O
novo arrendamento do Hotel das Cataratas,
situado no Parque Nacional do Iguaçu,
deverá trazer benefícios à
unidade, nas áreas de infra-estrutura
e incentivo a projetos de pesquisas de conservação
da biodiversidade. É o que prevê
o edital de licitação lançado
esse ano pela Secretaria do Patrimônio
da União (SPU), órgão
do Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão e Ibama,
gestor da Unidade de Conservação.
O hotel das Cataratas foi
inaugurado em 1958 e é administrado
pela Tropical Hotels & Resorts Brasil.
Possui 203 apartamentos e situa-se a poucos
metros das Cataratas do Iguaçu com
média de ocupação superior
a 80% durante o ano. De acordo com o edital,
o ganhador da concorrência deverá
investir pelo menos R$ 25 milhões no
empreendimento. Desse total, cerca de R$ 6
milhões serão investidos em
infra-estrutura e programa de pesquisas e
monitoramento do Parque.
Um dos investimentos é
a substituição da rede elétrica
aérea por rede subterrânea nos
dez quilômetros da BR-469, do portão
do Parque até o espaço Porto
Canoas. O valor estimado deste investimento
é de mais de R$ 4 milhões.
Aproveitando-se as obras
de implantação da rede subterrânea
de energia elétrica e da recuperação
da área atingida pelas obras, a arrendatária
deverá construir uma ciclovia, à
margem direita da BR-469, sentido Portão/Cataratas
até o Porto Canoas. O valor estimado
desse investimento é de quase R$ 1
milhão.
Outro ponto será
a reforma e implantação do antigo
portão de entrada. O local é
utilizado para monitorar o ingresso de veículos
de turismo e terá uma área de
recepção dos hóspedes.
O valor estimado deste investimento é
de R$ 196 mil.
Projeto Carnívoros
- O arrendamento dará ao Ibama a oportunidade
de reativar o projeto “Carnívoros do
Iguaçu”, desativado em 2001, após
quatro anos de pesquisas na área do
Parque Nacional do Iguaçu e seu entorno.
O projeto tem como objetivo
a pesquisa e conservação de
carnívoros silvestres e suas presas,
tratando-se de um esforço conjunto
entre o Parque Nacional do Iguaçu/Ibama,
organizações não governamentais,
pesquisadores e conservacionistas, na tentativa
de salvar espécies de relevante valor
ecológico, com ênfase na última
população viável de onças-pintadas
(Panthera onca) do sul do país.
Sob a coordenação
direta do Parque Nacional do Iguaçu,
o projeto propõe uma primeira fase
com duração de três anos,
que fornecerá dados sobre onde e como
estão distribuídas as espécies
estudadas, e uma segunda fase com mais sete
anos, todas com avaliação anual.
Além das técnicas
mais usuais, serão utilizados equipamentos
de última geração para
o monitoramento dos animais, através
da capturas e colocação de rádio-colares
com Sistema de Posicionamento Global (GPS)
nas espécies pretendidas. O valor total
do projeto por dez anos é de R$ 1,24
milhão.
De acordo com o chefe da
unidade Jorge Pegoraro, as obras e o projeto
de conservação seguem o Plano
de Manejo da unidade. Segundo Pegoraro, o
aterramento da rede elétrica diminuirá
o impacto ambiental na área de Uso
Público do Iguaçu. Já
a reativação do Projeto Carnívoros
do Iguaçu ajudará a proteger
um dos últimos espaços viáveis
para a sobrevivência dos grandes animais
predadores das Américas.
PARNA do Iguaçu