Oficina de capacitação
em comunicação, que ocorre de
23 a 25 próximos, reúne representantes
de seis municípios do MS
Campo Grande, 21 de junho
de 2006 — Formar comunicadores locais capazes
de multiplicar o conhecimento ambiental pela
conservação do ecossistema pantaneiro.
Esse é o objetivo da Oficina de Capacitação
em Comunicação que reunirá
educadores, estudantes, ambientalistas, técnicos
e gestores públicos de seis municípios
de Mato Grosso do Sul, de 23 a 25 próximos,
no Hotel Pousada Águas de Bonito, em
Bonito (MS). Realizada pela Conservação
Internacional (CI-Brasil) em parceria com
a Fundação Neotrópica,
a iniciativa faz parte de um projeto para
a implementação do Corredor
de Biodiversidade Miranda-Serra da Bodoquena,
área prioritária para a conservação
da rica fauna e flora do Cerrado e Pantanal.
Formado pelos municípios
de Miranda, Bodoquena, Porto Murtinho, Nioaque,
Bonito e Jardim, o Corredor abriga o maior
remanescente florestal do estado, o Parque
Nacional da Serra da Bodoquena, a Reserva
Indígena Kadiwéu - uma extensa
área de Cerrado - três monumentos
naturais e oito Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPNs).
Ao longo dos três
dias de oficina, os participantes ampliarão
seu conhecimento sobre aspectos ambientais
relevantes na região; como é
constituído e a importância do
Corredor de Biodiversidade; as ações
em andamento, e as diversas ferramentas de
comunicação, como campanhas
de informação, comunicação
gráfica, redação de notícias
ambientais e radiojornalismo. “Vamos discutir
e exercitar como a comunicação
pode contribuir com o processo educativo,
o acesso às informações
ambientais, a articulação e
a mobilização social pela conservação
da diversidade biológica local”, explica
a especialista em Comunicação
da CI-Brasil, Sandra Damiani, facilitadora
da oficina.
Mais de 80 candidatos se
inscreveram para participar da oficina cujos
critérios de seleção
incluíram a motivação
para divulgar a conservação
ambiental, o engajamento comunitário,
e as expectativas do participante. “Procuramos
qualificar pessoas de segmentos diferenciados
da sociedade que atuam a favor da conservação
para que elas possam multiplicar as informações
para um público também diversificado”,
explica uma das coordenadoras do projeto,
Angela Pellin, da Fundação Neotrópica.
Conforme Angela, as atividades
realizadas na região são divididas
em quatro linhas que abrangem o apoio à
pesquisa de biodiversidade e sócio-economia;
o incentivo em gestão ambiental municipal;
a conservação em áreas
protegidas públicas e privadas e a
comunicação.
A oficina é uma das
ações do projeto Corredores
de Biodiversidade, desenvolvido com recursos
da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento
Internacional (USAID). Localmente, conta com
apoio da Secretaria Municipal de Turismo de
Bonito e da produtora TVCom do Brasil.
O que são Corredores
de Biodiversidade? Os Corredores de Biodiversidade
são grandes extensões territoriais
ocupadas por áreas naturais públicas
(parques e reservas) e privadas (Reservas
Particulares, Áreas de Preservação
e Reservas Legais), sendo intercaladas por
pastos, lavouras, ecoturismo e até
mesmo cidades. Dentro do Corredor as atividades
humanas devem ser desenvolvidas visando manter
ou restaurar a ligação entre
as áreas naturais e garantir a sobrevivência
do maior número de espécies
e o equilíbrio dos ecossistemas. Além
disso, os Corredores também têm
como objetivo a implementação
de políticas públicas municipais
que estimulem o desenvolvimento econômico
compatível com a conservação
da natureza.
Conheça o Parque
Nacional da Serra da Bodoquena – Com uma extensão
de 76.481 hectares, o Parna da Serra da Bodoquena
é o único parque nacional do
Mato Grosso do Sul e onde se localiza a maior
área de florestas naturais do estado.
O parque foi criado em setembro de 2000, motivado
pela necessidade de preservar uma região
sob impacto do desmatamento. É na Serra
da Bodoquena que nascem alguns dos principais
rios que formam o complexo hídrico
do Corredor de Biodiversidade, entre eles
o Formoso, o da Prata e o Sucuri. A Serra
da Bodoquena é extremamente importante
para a conservação dos recursos
hídricos da região, pois funciona
como uma zona de recarga dos aqüíferos
e também como divisor de águas,
abastecendo as principais bacias hidrográficas.