19/06/2006 - Produtos
florestais não-madeireiros, como andiroba,
copaíba, castanha-do-brasil e buriti,
encontrados com abundância na Amazônia
brasileira e utilizados na fabricação
de cosméticos e medicamentos, ainda
são extraídos sem padrão
de produção e de comercialização
no estado do Amapá, gerando desperdício
da matéria-prima e baixo preço
pago ao produtor.
Para reverter esta
tendência, a partir de uma estratégia
de desenvolvimento sustentável, a Embrapa
Amapá (Macapá-AP),
unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária-Embrapa, vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, em parceira com a Secretaria
Estadual de Meio Ambiente (Sema) e com a Escola
de Administração Pública
do Amapá (EAP) elaboraram um projeto
que vai auxiliar as populações
tradicionais a desenvolver o manejo e o mercado
de comercialização de produtos
florestais não-madeireiros (PFNM).
O projeto é financiado pelo Programa
Piloto para a Proteção das Florestas
Tropicais do Brasil.
Algumas comunidades ribeirinhas
beneficiadas estão localizadas na Reserva
Extrativista do rio Cajari, onde vai acontecer
um curso de capacitação em manejo
florestal de produtos de 20 a 25 de junho,
ministrado pelo pesquisador da Embrapa Amapá,
Marcelino Guedes. Os moradores terão
a oportunidade de conhecer e discutir as etapas
e os procedimentos corretos para elaborar
um plano de manejo comunitário. Também
serão orientados a desenvolver atividades
práticas de diagnóstico, inventário
e colheita de produtos florestais não-madeireiros,
como andiroba, copaíba, castanha-do-brasil,
buruti e outros.
O curso será ministrado
na sede da Associação dos Moradores
Agro-Extrativistas do Baixo Cajari, na foz
do rio Ajuruxi, afluente do Amazonas. “Será
um curso teórico e prático,
em que se buscará o resgate dos conhecimentos
tradicionais da população e
a complementação desses conhecimentos
com informações técnicas.
Vamos estimar a produtividade de algumas espécies,
utilizar medição de árvores
e discutir informações sobre
manejo florestal”, afirmou Marcelino Guedes,
doutor em recursos
florestais.
Durante os cinco dias de
convivência, ribeirinhos que desenvolvem
atividades produtivas ligadas aos produtos
florestais não-madeireiros e o pesquisador
da Embrapa Amapá trocarão informações
e experiências sobre a história
de vida das principais espécies fornecedoras
de PFNM do Amapá, manejo sustentável
com noções de inventário,
planejamento de logística da colheita,
extração de mínimo impacto,
técnicas silviculturais para otimizar
a produção e monitoramento.
Também faz parte
do conteúdo do curso, a aplicação
de práticas sobre inventário
de fauna, instalação de parcelas
(áreas delimitadas para se fazer uma
amostragem e compor a representatividade da
área global a ser trabalhada), medição
de árvores, inventário florestal
e estimativa da produção. Como
trata-se de uma região carente de padrões
de produção e comercialização,
a capacitação contempla ainda
noções de beneficiamento, controle
de qualidade e comercialização
dos produtos e derivados e certificação,
além de agregação de
valor aos produtos florestais.
- Dulcivânia Freitas
Jornalista MTb/PB 1.063 Embrapa Amapá
(Macapá-AP) Área de Comunicação
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